Confiança do varejo cai em janeiro; intenção de investimentos se mantém

Índice da CNC revela aumento de cautela do empresariado; já segundo Ibevar-FIA, primeiro trimestre terá aumento de 3,42% no consumo

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Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)
Shopping center (Foto: Valter Campanato/ABr)

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou queda de 1,1% em janeiro, atingindo 109 pontos, após três meses de resultados positivos. A pesquisa, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela moderação do otimismo dos comerciantes, impactado pelos desafios econômicos e pelos gastos típicos dos consumidores no início do ano, como IPTU, IPVA e custos escolares. O resultado é 0,1% inferior ao apurado no mesmo período do ano passado.

A pesquisa revela que os subindicadores que mais contribuíram para a queda do índice foram os relativos à Condição Atual da Economia e Expectativa da Economia, ambos 2,6% abaixo dos números do mês anterior. Apesar disso, as intenções de investimento cresceram 0,2% e 2,4%, no comparativo com dezembro e janeiro de 2024, respectivamente. O foco tem sido o investimento em capital físico e o controle de estoques. Após as contratações temporárias de fim de ano, houve estabilidade no quadro de funcionários.

“O cenário é de cautela para o comércio, o que nos alerta para a necessidade de redobrarmos esforços em prol da retomada econômica, especialmente em um momento de maior pressão sobre os custos. Por outro lado, é animador ver que os investimentos continuam avançando, o que demonstra o comprometimento dos varejistas com a superação dos desafios”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

A queda da confiança foi mais expressiva no setor de bens semiduráveis, como roupas, calçados, tecidos e acessórios, em que houve redução de 1,8%. Por outro lado, os segmentos de supermercados, farmácias e lojas de cosméticos (0,3%) e de eletroeletrônicos, móveis e decorações, materiais de construção e veículos (0,7%) apresentaram desempenho positivo.

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“Essa retração no otimismo dos empresários de semiduráveis reflete o comportamento cauteloso do consumidor, típico do período pós-festas, quando os orçamentos familiares estão mais pressionados pelas despesas sazonais. Mas é importante destacar que o momento exige estratégias assertivas, como promoções, flexibilização de prazos e maior controle dos estoques”, avalia o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

A intenção de investimentos teve variação positiva em quase todos os segmentos, com destaque para eletroeletrônicos, móveis e decorações, materiais de construção e veículos (1,1%), apesar da alta da taxa Selic. O comércio de bens semiduráveis foi o único que reduziu sua perspectiva de investimentos, em 1,4%. Ainda assim, a análise anual do quesito foi positiva para todos os setores, com eletroeletrônicos, móveis e decorações, materiais de construção e veículos também apresentando a maior alta, 4,3% superior ao primeiro mês de 2024.

Já de acordo com o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), em parceria com FIA Business School, o primeiro trimestre deste ano terá aumento de 3,42% no consumo.

O desempenho do varejo nos próximos meses é medido pelos indicadores Ibevar – FIA Business School com dados oficiais coletados pelo FIBGE, além de usar como base as manifestações espontâneas dos consumidores nas redes sociais a respeito de disposições de compra.

Segundo Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar e professor da FIA Business School, tais dados refletem no consumo da família brasileira.

“Comparando o primeiro trimestre de 2025 com o quarto de 2024 a primeira abordagem aponta estagnação do consumo, ou seja, crescimento igual a zero. Entretanto, o primeiro trimestre de 2025 será melhor que igual período do ano passado, isto é, um aumento de 3,42%. Para todas as categorias na classificação do FIBGE estima-se expansão”, explica.

Os levantamentos provenientes das redes sociais classificam o varejo em um número substancialmente maior de segmentos, permitindo uma visão mais detalhada, inclui-se na análise também operações de serviços (38 em vez de sete do FIBGE). Dos 38 segmentos 25 apresentam queda do último trimestre de 2024 para o primeiro de 2025 e para 13 aumento.

“Considerando o aumento de atrasos observado, é razoável esperar uma taxa de inadimplência entre a média (5,37%) e o limite superior (5,70%) do intervalo estimado, para o mês de janeiro de 2025”, completa Felisoni.

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