Mercado secundário e utilização como garantia de empréstimos
O consórcio, produto conhecido por boa parte dos brasileiros, vem apresentando crescimento nos últimos anos. Em fevereiro de 2022, o setor bateu recorde histórico. Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC), foram 8,51 milhões de cotas ativas, um número 7,4% maior que o mesmo período do ano anterior.
Estes dados comprovam que o produto é uma alternativa vantajosa para adquirir bens e que existem inúmeras oportunidades a serem exploradas nesta área. Com isso, as empresas, especialmente fintechs, estão imersas na oferta de produtos e soluções inovadoras aos consumidores.
As startups e fintechs devem oferecer serviços e novas funcionalidades neste segmento para impulsionar o mercado, desde a facilidade na contratação de um consórcio, revenda da cota ou até mesmo a possibilidade do uso da cota como garantia na contratação de um crédito mais barato e com facilidade.
Atualmente, de acordo com dados da Confederação Nacional de Comércio, Bens, Serviço e Turismo, existem mais de 12 milhões de brasileiros com dívidas, e grande parte deles com dificuldade de obter crédito. No mercado, são mais de R$ 50 bilhões disponíveis em cotas de consórcio que podem ser utilizadas como garantia na obtenção de empréstimos.
O mercado secundário, que é um setor dedicado à compra de cotas de pessoas desistentes, era um problema e fazia com que consorciados precisassem desistir de seus sonhos no meio do caminho sem soluções confiáveis para reaver o dinheiro investido. Atualmente, é possível que estas pessoas possam vender estas cotas e obter o dinheiro investido imediatamente. Isto se deve às parcerias com administradoras do mercado, sendo que o serviço é feito de forma 100% online, rápida e segura.
Também existe muito espaço para inovação dentro do setor primário, que é a venda de consórcios. As operadoras devem estar atentas às condições e necessidades de seus clientes, focando seus esforços em atacar a raiz do problema e melhorar os processos de venda, a fim de evitar que novos consorciados percam a possibilidade de obter bens. Isso pode ser resolvido com atendimento personalizado, sempre oferecendo melhores opções de contemplação de acordo com o momento específico e perfil de cada cliente.
O consórcio acaba sendo utilizado por muitos como uma espécie de poupança forçada para a aquisição de um bem, como a única forma de conseguir poupar para um objetivo. Explorando essa linha, acreditamos que há novas funcionalidades e características que possam ser incorporadas ao produto para deixá-lo melhor para este fim. Isso abre portas para inovações ainda maiores neste setor.
Entramos no ano de 2022 com recorde de crescimento histórico, mas acreditamos em uma evolução ainda maior com a inclusão cada vez mais forte da tecnologia na criação de novos produtos e serviços. As fintechs têm um papel essencial na busca da disrupção para deixar os produtos mais acessíveis e simples a todos os usuários.
Alexandre Caliman Gomes é sócio-fundador da Consorciei.
















