As tarifas propostas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, de 25% sobre o Canadá e o México, podem aumentar o custo dos materiais de construção nos Estados Unidos, e seu plano de deportar imigrantes ilegais pode causar sérios problemas para a indústria da construção, informou o The Wall Street Journal (WSJ) nesta terça-feira.
Cerca de 7,3% dos materiais de construção residencial nos Estados Unidos são importados, de acordo com a National Association of Home Builders (NAHB). Madeira macia, usada para estruturar edifícios, geralmente vem do Canadá, que atualmente tem uma tarifa de 14,54%.
Os Estados Unidos também são o maior importador mundial de ferro e aço, materiais essenciais para habitação. Cerca de um quarto dos US$ 43 bilhões em ferro e aço importados do país vieram do Canadá em 2022, de acordo com o Observatório de Complexidade Econômica.
Outra importação importante de construtoras do México e do Canadá é cimento. Os Estados Unidos importaram US$ 512 milhões em cimento do Canadá e US$ 254 milhões do México em 2022. O gesso, que é usado para fazer drywall, também é importado de ambos os países e já aumentou quase 50% no preço desde 2020, disse a NAHB.
Enquanto isso, no Texas, Califórnia, Nova Jersey e no Distrito de Columbia, os imigrantes representam mais da metade dos trabalhadores do setor de construção, de acordo com o Harvard Joint Center for Housing Studies. Trabalhadores sem documentos representam cerca de 13% da indústria da construção, mais do que o dobro da participação na força de trabalho geral, de acordo com uma estimativa recente do Pew Research Center.
“Os construtores de casas já estão começando a se preparar para deportação e políticas comerciais. Lobistas da indústria alertaram a equipe de transição de Trump que as políticas podem ter um efeito assustador sobre os construtores e o mercado em geral”, observou o relatório.
O presidente eleito Donald Trump vem fazendo uma série de ameaças. Nesta segunda-feira, falou em impor tarifas de 100% aos países que integram os Brics caso estes insistam na desdolarização, adotando trocas comerciais e financeiras em moedas próprias. A ameaça, contudo, foi vista com descrédito pela China e pela Rússia, assim como por analistas brasileiros.
Com informações da Agência Xinhua