Consumidor pode cair na ‘Black Fraude’

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) indica que se o consumidor não tomar cuidado pode cair na “Black Fraude”. Os dados mostram que alguns produtos ficaram até 70% mais caros em novembro.

O estudo acompanhou os valores de 6.500 itens em 30 categorias entre junho e 15 de novembro e constatou que “houve reajuste de preços para todas as classes na primeira quinzena de novembro, sendo 50% de reajustes fortes (acima de 25%) e 40% de reajustes médios (abaixo de 25%)”, segundo conclusão.

Entre as maiores variações nos 15 dias que antecedem a Black Friday, a categoria de home theaters (+69,6%) encabeça a lista, seguida de frezeers (+63,5%), ventiladores (+46,3%), micro-ondas (+46%) e câmeras e filmadoras (+43,7%). Até mesmo bens que apresentaram queda nos meses anteriores, como purificadores de água, smartband e liquidificadores, não ficaram passivos de aumento na véspera da data promocional.

Para Claudio Felisoni de Angelo, economista e presidente do Ibevar, este movimento do varejo dias antes da Black Friday surpreende. “O título promoção acaba, muitas vezes, sendo apenas uma miragem, ilusão. Existem, entretanto, importantes organizações que, infelizmente, acabam sendo prejudicadas em razão do comportamento oportunista da média do mercado”, comenta.

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O economista explica que as decisões de compras são movidas por aspectos não racionais, pois este requer um processo de decodificação das informações que leva mais tempo. “Um outro estudo realizado pelo Ibevar mostrou que cerca de 70% das pessoas associam números quebrados (R$ 9,99, R$ 999,90, por exemplo) a uma promoção, mesmo que ela não exista. O mesmo acontece na Black Friday, pois sua simbologia carrega na comunicação a ideia de uma vantagem, que, muitas vezes, pode não ser real”, analisa.

“Por isso, é fundamental que o consumidor, antes de comprar, tenha acompanhado ou comparado esses valores, para verificar se há realmente uma promoção ou não passa, simplesmente, de uma redução que remeta ao preço normal do produto”, conclui o economista.

Varejo projeta recuperação

De acordo com estudo da Ibevar, o varejo deve sinalizar melhora nos próximos meses, após período de queda devido a pandemia. Dados da Projeção de Vendas, do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo, revelam avanço de 3,02% em novembro, 3,50% para dezembro e 3,05% para janeiro, quando comparados com os mesmos períodos do ano passado. A projeção de outubro apontava uma retração de 11,64%.

Alguns segmentos indicam crescimento de até 25% entre novembro e janeiro, respectivamente, sendo eles: artigos farmacêuticos com 4,56%, 6,81% e 7,13%; hiper e supermercados com 8,28%, 10,05% e 13,64%; materiais de construção com 19,75%, 20,45% e 19,32%; tecidos, vestuário e calçados com 0,61%, 1,90% e 1,51%; e móveis e eletrodomésticos com 25,55%, 22,34% e 23,19%.

Algumas categorias ainda devem implicar em queda neste mesmo período. Dentre elas: livros, jornais, revistas e papelaria com -39,40%, -51,20% e -49,90%; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação com -13,84%, -3,01% e -3,60%; veículos, motos, partes e peças: -15,61%, -11,49% e -18,38%; e combustíveis e lubrificantes: -9,91%, -9,42% e -8,94%, respectivamente.

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