Altas temperaturas fizeram consumo de energia subir 5,7% em fevereiro

Perspectiva do ONS para a demanda em abril é de crescimento em todos os subsistemas; Nordeste deve registrar o avanço mais expressivo: 8,9%

154
Torre de energia (Foto: Jeso Carneiro)
Torre de energia (Foto: Jeso Carneiro)

Em fevereiro, o Brasil registrou o consumo de 73.467 megawatts médios, um crescimento de 5,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo prévia do Boletim InfoMercado Quinzenal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O crescimento no período teve relação direta com as altas temperaturas que impulsionam o uso de ventiladores e aparelhos de ar condicionado, e ainda pela boa performance de alguns ramos de atividade econômica, que produziram mais e consequentemente usaram mais eletricidade. Do total consumido, 46.587 MW médios foram fornecidos ao mercado regulado, que abastece as residências e pequenas empresas, um crescimento de 6,9% no comparativo anual. O restante, 26.880 MW médios, foi utilizado pela indústria e empresas que compram sua energia no mercado livre, alta de 3,6%.

Entre os 15 setores com consumo monitorado pela Câmara de Comercialização no mercado livre, em fevereiro e na comparação com o mesmo período do ano passado, as maiores taxas de crescimento foram observadas nos ramos de bebidas (8,6%), comércio (7,8%) e madeira, papel e celulose (6,9%). Especificamente no comércio, destaca-se também a entrada de novos consumidores no ambiente livre e o uso mais intenso de equipamentos de refrigeração, especialmente nos segmentos de shoppings e hiper e supermercados. Apenas três ramos tiveram declínio na demanda por energia: telecomunicações (-2,7%), minerais não metálicos (-0,3%) e o setor de fabricação de veículos (-0,1%).

Quase todos os estados conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) tiveram um aumento no consumo durante o mês de fevereiro. Na comparação anual, as maiores taxas foram registradas pela CCEE no Amazonas (28,4%), Acre (16,9%) e Mato Grosso do Sul (14,4%), conforme gráfico abaixo. Apenas a Bahia (-1%) e o Distrito Federal (-2,8%) tiveram queda no consumo, puxada por temperaturas mais amenas e um volume maior de chuva ante ao ano anterior.

Espaço Publicitáriocnseg

A produção das hidrelétricas cresceu 6% em janeiro, entregando ao SIN mais de 58 mil megawatts médios. O período também foi positivo para as fazendas solares, que forneceram quase 3 mil MW médios para a rede, volume 41% maior no comparativo anual. Em contrapartida, os parques eólicos recuaram 5,7%, mas ainda assim produziram um volume considerável de eletricidade: mais de 9 mil MW médios. Já as termelétricas geraram mais de 6,4 mil MW médios, aumento de 30,3%.

O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO), referente à semana operativa entre os dias 30 de março a 5 de abril, apresenta cenários prospectivos de aceleração na demanda de carga no mês de abril tanto no SIN, como em todos os subsistemas. O SIN deve ter expansão de 7,9% (79.827 MWmed). Na análise por região, o crescimento mais acentuado deve ser verificado no Nordeste, 8,9% (13.280 MWmed), seguido pelo Sudeste/Centro-Oeste e pelo Sul: ambos devendo chegar a 7,8% de avanço, com 45.442 MWmed e 13.582 MWmed, respectivamente. Por fim, a demanda de carga da Região Norte deve crescer 6,8% (7.523 MWmed). Os números são comparações entre as estimativas de abril de 2024 ante o verificado no mesmo período de 2023.

As projeções de Energia Armazenada (EAR) em 30 de abril são superiores a 60% em todas as regiões. O maior percentual esperado de EAR para o último dia do próximo mês é do subsistema Norte, 95,8%. Na sequência, estão os indicadores do Nordeste (71,3%), Sudeste/Centro-Oeste (67,5%) e do Sul (66,5%). O ONS vem propondo medidas para manter as condições favoráveis dos reservatórios, um fator importante para a garantia do atendimento às demandas de carga e potência ao longo do ano, em especial porque a Energia Natural Afluente (ENA) segue inferior à média histórica.

As perspectivas para a ENA estão abaixo da média histórica do período em todos os subsistemas. Para o Norte, a afluência está estimada em 98% da Média de Longo Termo (MLT). No Sudeste/Centro-Oeste, o indicador deve chegar a 73% da MLT, seguido pelo Sul, com 67% da MLT, e pelo Nordeste, com 50% da MLT.

O Custo Marginal de Operação (CMO) está em R$ 15,65 no Sudeste/Centro-Oeste e no Sul. Para as regiões Nordeste e Norte, o CMO está com valor zero.

Leia também:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui