Consumo em restaurantes recuou 34,2% em março com novas restrições

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Restaurante self service (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Restaurante self service (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

O consumo em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias registrou queda de 34,2% em março, é o que apontam os índices divulgados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a bandeira Alelo. Os dados, calculados a partir da comparação com o mesmo período de 2019, mostram que, em contraponto, os supermercados continuam apresentando números positivos com aumento de 7,3% no valor gasto.

Os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) mostram ainda uma retração de 49,5% na quantidade de vendas, impacto ainda maior que o observado em fevereiro (-42%). Somado a isso, o número de estabelecimentos comerciais que efetivaram transações também foi inferior ao observado no mesmo mês de 2019 (-4,7%).

Em relação aos Índices de Consumo em Supermercados (ICS), os dados de março indicam que o segmento encerrou o período com uma queda de 11,9% na quantidade de vendas, tendo como base o mesmo período de 2019. Já o número de estabelecimentos que realizaram pelo menos uma venda registou alta de 6,4%.

Segundo os pesquisadores da Fipe, ao analisar os últimos resultados, é possível notar que o comportamento positivo do consumo em supermercados repercute o padrão já observado em períodos de agravamento da pandemia, com aumento do valor gasto e do número de estabelecimentos que efetivaram vendas, em paralelo à redução no volume de transações.

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Vale destacar que os Índices de Consumo em Supermercados (ICS) acompanham as transações realizadas em estabelecimentos como supermercados, quitandas, mercearias, hortifrútis, sacolões, entre outros; e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) apontam a evolução do consumo de refeições prontas em estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes, padarias, além de serviços de entrega (delivery) e retirada em balcão/para viagem (pick-up). A escolha do ano de 2019 para o cálculo dos impactos do consumo se dá pelo fato de que esse ano foi a última referência completa de um período dentro da normalidade da atividade econômica, que ocorreu antes da pandemia.

Em termos regionais, a análise dos resultados revela que os efeitos da Covid-19 se estenderam para todo o país, com intensidade variável segundo a aceleração ou desaceleração da pandemia em cada localidade, bem como o maior ou menor rigor das medidas restritivas impostas pelos governos estaduais e municipais sobre a operação dos estabelecimentos.

Adotando como parâmetro o valor gasto em restaurantes, o segmento mais fragilizado pela pandemia, é possível evidenciar um impacto negativo similar em quatro das cinco regiões brasileiras: Nordeste (-36,3%), Centro-Oeste (-35,2%), Sul (-34,3%) e Sudeste (-34,1%). A única que registrou resultado relativamente mais brando sobre o valor das transações foi a Norte (-26,9%).

Individualmente, os estados que tiveram os piores resultados foram: Tocantins (-51,6%), Bahia (-43,2%), Ceará (-41,1%), Paraná (-38,7%) e Rio Grande do Sul (-38,3%), contrapondo-se àquelas que apresentaram menor retração no consumo: Rondônia (-2,0%), Acre (-3,3%), Espírito Santo (-13,7%), Roraima (-16,5%) e Sergipe (-18,9%). Entre outras unidades federativas, vale mencionar os impactos registrados em: São Paulo (-34,1%), Rio de Janeiro (-37,6%), Minas Gerais (-27,3%), Santa Catarina (-24,4%) e Pernambuco (-32,0%).

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