Conta de energia elétrica fica mais cara a partir de hoje

Entra em vigor a bandeira vermelha, com a tarifa mais alta do sistema; seca prolongada ameaça produção agrícola e pressiona custos no Brasil

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Lâmpada acesa (Foto: Asif Akbar/Sxc.Hu)
Lâmpada acesa (Foto: Asif Akbar/Sxc.Hu)

A conta de energia elétrica fica mais cara a partir desta terça-feira, com o acionamento da bandeira vermelha patamar 2, o estágio tarifário mais alto do sistema da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Com a medida, o preço para cada 100 kWh consumidos passa de R$ 4,463 para R$ 7,877.

A decisão foi anunciada na última sexta-feira em nota da Aneel, em consequência do risco hidrológico, com reservatórios baixos, e a elevação do preço da energia no mercado, impactada pelo custo do que foi produzido e não contratado.

O sistema de bandeiras tarifárias é composto pelas cores verde, amarelo e vermelho, em patamares 1 e 2. A cor verde patamar 1 significa tarifa sem custo extra.

A bandeira vermelha patamar 1 estava em vigor desde setembro, após um período em que a bandeira verde patamar 1, a mais barata do sistema, prevaleceu por vários meses do ano.

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De acordo com a agência, o sistema de bandeiras tarifárias é uma forma de tornar a cobrança complementar mais transparente aos consumidores de energia elétrica conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Criado em 2015, ele indica os custos da geração de energia no Brasil e possibilita adaptações no consumo para redução no valor da conta de luz.

A seca prolongada está provocando impactos significativos na produção agropecuária do país, além de intensificar os custos de produção, especialmente pelo aumento nas tarifas de energia elétrica.

Considerando os aumentos já realizados em 2024, a projeção da plataforma GEP Cost Drivers é que a tarifa média Brasil apresente aumento anual acumulado de 9,48% nas tarifas de energia elétrica. Isso tem pressionado ainda mais os custos de produção de grãos, especialmente nas regiões mais afetadas pela estiagem – a exemplo dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemanden), mais de 1.500 municípios tiveram suas zonas produtivas prejudicadas pela seca em agosto de 2024; desse total, 963 viram mais de 80% de suas áreas agropecuárias afetadas.

“Essa combinação de seca, aumento nos custos de produção e alta nas tarifas de energia reflete diretamente na inflação. Em 2024, o IPCA já atingiu o teto da meta estipulada pelo Banco Central, com um acumulado de 4,5% nos últimos 12 meses. Esse cenário aumenta a preocupação com a inflação nos próximos meses, podendo pressionar o Banco Central a manter a taxa Selic elevada, impactando o crédito e o consumo no país”, avalia a economista Isadora Araújo, da GEP Costdrivers.

A seca também afeta a geração de energia no Brasil, já que as hidrelétricas, responsáveis por mais de 50% da energia do país, estão com reservatórios baixos. A necessidade de acionar usinas termelétricas, mais caras e menos eficientes, eleva as tarifas para consumidores e empresas.

Com informações da Agência Brasil

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