Contexto econômico preocupa brasileiros

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Preços dos alimentos em mercado (foto de Hu Jingchen, Xinhua)
Preços dos alimentos em mercado (foto de Hu Jingchen, Xinhua)

Três meses depois do início do ano, acende uma luz amarela indicando que o brasileiro está mais preocupado com a inflação e com o aumento do custo de vida. A percepção de que os preços estão em elevação saltou de 74% em setembro de 2024 (última edição em que a pergunta havia sido feita) para 89% agora, o maior percentual em mais de dois anos.

Os dados são da sétima edição da pesquisa Radar da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A opinião de que a inflação aumentou nos últimos seis meses é igual ou superior a 85% é generalizada e abrange todos os estratos sociodemográficos e regiões brasileiras.

Alimentos e outros produtos do abastecimento doméstico consolidam-se no primeiro lugar entre os itens mais impactados pela inflação. Algumas alterações foram observadas entre setembro e março como de maior peso na inflação: 74% indicam alimentos e outros produtos do abastecimento doméstico, 4 pontos a mais que na onda anterior (70%). O preço dos combustíveis assumiu a segunda posição entre os itens mais afetados (31%), à frente de saúde e medicamentos, agora em terceiro lugar (30%).

Realizada entre os dias 19 e 21 de março 2025, a pesquisa ouviu 2 mil pessoas nas cinco regiões do país. O levantamento mostra que, por outro lado, a percepção com relação à vida pessoal e familiar se mostra praticamente estável em comparação a dezembro de 2024, com 72% de respostas para “satisfeito” ou “muito satisfeitos”.

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De acordo com a pesquisa, 80% dos brasileiros avaliam que nesse primeiro trimestre sua vida pessoal e familiar ou melhorou (41%) ou ficou igual (39%). Esse balanço representa um retorno aos patamares de abril de 2024 (melhorar: 41%; ficar igual: 41%) e abril de 2023 (melhorar: 41%; ficar igual: 38%), revelando uma tendência para esse período do ano.

“As notícias sobre a economia, marcadas no primeiro trimestre por temas como aumento da inflação e da taxa de juros, revisão para baixo das previsões de crescimento do PIB trouxeram incertezas para os brasileiros e impactaram as expectativas em relação ao Brasil no decorrer do ano”, aponta o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe. Segundo ele, o possível impacto das políticas comerciais dos EUA sob o novo governo de Donald Trump também contribui para esse resultado.

A Pesquisa Radar Febraban é realizada trimestralmente pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) e mapeia a percepção e expectativa da sociedade sobre a vida, aspectos da economia e prioridades para o país. A pesquisa também apura as opiniões de cada uma das cinco regiões brasileiras.

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