Contrabando

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Repetindo advertência feita por esta coluna, o presidente do PT, deputado federal José Dirceu (PT-SP) afirma que o governo não pode aproveitar o racionamento de energia para mudar a matriz energética do país sem discutir o assunto com a sociedade brasileira. Dirceu observa, com pertinência, que a  opção pelas termelétricas a gás é “emergencial”, mas o Brasil não pode abandonar a geração por hidrelétricas. “O Brasil não pode abandonar esse modelo, de baixo custo e que nos dá competitividade. O modelo de desenvolvimento brasileiro não pode ficar subordinado aos interesses de empresas”, disse o presidente do PT, que defende ainda que o país renegocie todos os contratos de concessões já existentes e suspenda a privatização de empresas do setor.

Conjunto
O governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, distribuiu nota oficial conjunta com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Marcus Faver, para amenizar o clima entre Executivo e Judiciário. Apesar das declarações de apoio mútuo e tentativa de tranquilizar a população, o fato é que o governador continua sendo criticado por suas declarações – digamos – pouco elegantes sobre as decisões da justiça estadual.

Sapo
Ao admitir o fator político entre os motivos da alta do dólar, o  ex-diretor de Política Econômica do BC Sérgio Ribeiro Werlang tocou num assunto cada vez mais comentado no mercado financeiro. A perspectiva de um governo de oposição pode levar a cotação da moeda norte-americana à estratosfera. “Agora  ficou  claro  que existe uma possibilidade de a oposição eleger  um  presidente”,  disse  Werlang. “O câmbio está mais alto do que deveria, mas a resposta sobre o quanto, só o tempo dirá.” Um ataque mais forte contra o real, no ano que vem, não é descartado pelos economistas que militam no “mercado”.

Pesadelo
Brasileiros, escaldados com as imposições do FMI, ficaram preocupados com a nomeação da economista da Universidade Stanford Anne Krueger para o cargo de vice-diretor-gerente do órgão, o segundo mais importante da instituição e que era ocupado por Stanley Fischer. Teria ela algum parentesco com Freddy Krueger, o vilão da série de filmes A Hora do Pesadelo? Com o país nas trevas, bandido de filme de terror é covardia.

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Esquizofrenia
O presidente FH anda mesmo com amnésia seletiva. Antes de criticar o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rubens Approbato, por sua participação no governo Orestes Quércia, deveria ter sido recordado de que o secretário geral da presidência da República, Aluysio Nunes Ferreira, foi vice de Quércia.

Efeito Orloff?
Muito mais por seu valor simbólico que por sua efetividade, a prisão do ex-presidente Carlos Menem deve ter deixado muito neoliberal emergente de orelha em pé.

Sem intermediários
Em cruzada para minimizar o apagão de sua imagem, FH insiste em culpar São Pedro pela falta de energia no país. Fica combinado assim: nas próximas eleições, o tucanato não se candidata; pede votos para Dom Jayme Henrique Chemello, presidente da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB).

“Espeto”
Novo esqueleto – para usar expressão do agrado do finado governo tucano – está para sair do armário a qualquer momento. Tendo o Banco do Brasil como principal credor, a dívida agrícola já alcança cerca de R$ 25 bilhões. Esse total inclui modalidades variadas de débitos, como securitização, dívidas em discussão na Justiça e os fundos constitucionais. O presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Câmara dos Deputados, deputado Luis Carlos Heinze (PPB-RS), afirma que “a grande maioria dos produtores não está conseguindo honrar os compromissos”. Heinze, que defende “um novo modelo” de financiamento, marcou para o próximo dia 20 reunião da comissão com a presença de representantes das entidades do setor agrícola. Ou seja, mais uma vez a política de juros elevados praticada pelo governo – apoiado pelos grandes ruralistas no Congresso – vai mandar a conta para a “viúva”.

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