Conversa com Investidor: AgroGalaxy (AGXY3)

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Mauricio Puliti (foto divulgação AgroGalaxy)
Mauricio Puliti (foto divulgação AgroGalaxy)

O AgroGalaxy concluiu seu IPO com esforços restritos em julho deste ano, com o ingresso de R$ 333 milhões no seu caixa. A companhia é uma das maiores plataformas de varejo de insumos agrícolas e serviços voltados para o agronegócio brasileiro, atuando na comercialização de insumos agrícolas; produção e beneficiamento de sementes; originação, armazenamento e comercialização de grãos e prestação de serviços financeiros e agrícolas.

No primeiro semestre de 2021, a companhia, composta pelas marcas Rural Brasil, Sementes Campeã, Agro100, AgroFerrari, Sementes Boa Nova, Grão de Ouro, Boa Vista e Ferrari Zagatto, registrou uma receita líquida de R$ 2,2 bilhões, um aumento de 37,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda ajustado alcançou R$ 31,1 milhões, um acréscimo de R$ 40,7 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior, e uma margem Ebitda ajustada de 1,4%, ante um valor negativo de 0,6% no mesmo semestre de 2020. Nos últimos 12 meses encerrados em junho deste ano, o AgroGalaxy registrou R$ 4,7 bilhões de receita líquida e um lucro líquido ajustado combinado de R$ 78,1 milhões.

Neste Conversa com Investidor, Mauricio Puliti, CFO do AgroGalaxy, conversou com João Daronco, analista (CNPI) da Suno Research.

 

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Como está se dando o plano de expansão de lojas da companhia pós-IPO?

O AgroGalaxy tem um caminho de crescimento muito rápido, e o IPO foi a opção escolhida para a necessidade de capital. Desde nosso IPO, anunciamos a conclusão da aquisição da rede de insumos Ferrari Zagatto e a assinatura do contrato de compra e venda da distribuidora de insumos Agrocat. Contamos com 122 lojas, 19 silos e 8 unidades de sementes, estrategicamente localizados em nove estados brasileiros, atendendo mais de 20 mil clientes. Entre nossas estratégias está o crescimento orgânico por meio da abertura de novas lojas e maturação das lojas já em operação.

Além da expansão de lojas, estamos atuando digitalmente para atender os produtores rurais. No final do mês junho, atingimos mais de R$ 1 bilhão em vendas por meios digitais, desde que começamos a implementá-los em outubro do ano passado, permitindo que nossos clientes possam fazer várias operações com auxílio digital. Em maio deste ano lançamos um aplicativo específico que já é usado por 3 mil dos mais de 20 mil clientes. A transformação digital está em nosso DNA e contribui para nos consolidarmos nesse mercado bastante pulverizado.

 

João Daronco (foto divulgação Suno Research)
João Daronco (foto divulgação Suno Research)

Quais as perspectivas para o ano safra 2021/2022?

No cenário para a safra 2021/2022 o Brasil deve permanecer como o maior exportador de soja do mundo e, possivelmente, obterá mais uma safra recorde de grãos, mantendo-se entre os principais players do agronegócio global e liderando a produção e exportação de diversas commodities agropecuárias.

As perspectivas mostram que os preços tendem a continuar em alta nas principais culturas produzidas no país. O setor será impactado diretamente pelos fenômenos climáticos, as crises hídrica e energética, a escassez de fertilizantes e contêineres e, por conta da nova variante do coronavírus, pode haver a possibilidade de paralisação nos portos, o que ocasiona problemas nas exportações.

Apesar das intempéries, os dados, divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apontam que temos tudo para trazer bons resultados para os produtores e para a economia brasileira na próxima safra.

 

Como vocês veem o preço da soja para o próximo semestre?

Por conta da demanda de soja da China continuar aumentando, vamos ter os mesmos patamares de preços que estamos vivendo hoje. Se houver redução, ela será mínima, mas ainda estando acima do preço histórico da soja que sempre tivemos no Brasil.

Para a próxima safra de soja, o maior limitante será, novamente, o clima. Os modelos climáticos apontam que irá chover melhor que no ano passado, porém iremos passar por alguns veranicos, que são períodos de estiagem, acompanhado por calor intenso, forte insolação e baixa umidade relativa. Esses intervalos podem até prejudicar a produtividade e trazer alguns danos para a soja, mas nada comparado com os anos anteriores. É importante que o produtor esteja bem assessorado para saber como lidar com sua produção diante dos fenômenos climáticos.

As áreas de plantio da soja tendem a ficar bem próximas do que foram em 2020, principalmente com a pressão internacional para diminuir o desmatamento das florestas e também para realizar o aproveitamento das áreas já degradadas, além de as empresas estarem conscientizadas da necessidade de práticas sustentáveis na cadeia do agronegócio e buscarem alinhar suas estratégias e modelos de negócios às melhores práticas de ESG. As plantações de soja tendem a avançar nas áreas degradadas de pastagem e de reformas de canavial. Serão nesses lugares que aumentarão as áreas de plantio do país.

 

Coordenação: Jorge Priori

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