Conversa com Investidor: Energisa (ENGI11)

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Deborah Coutinho Gil Nunes (foto divulgação Energisa)
Deborah Coutinho Gil Nunes (foto divulgação Energisa)

O Grupo Energisa é o maior grupo privado do setor elétrico brasileiro com capital nacional, controlando distribuidoras em 11 estados (MG, PB, RJ, SE, MT, MS, TO, SP, PR, RO e AC). A companhia atua com distribuição, transmissão, serviços para o setor elétrico (Energisa Soluções), serviços especializados de call center (Multi Energisa), comercialização de energia (Energisa Comercializadora), soluções em energias renováveis (Alsol) e no mercado de contas digitais com a fintech Voltz.

Em conformidade com os resultados do segundo trimestre de 2021, os últimos divulgados, as vendas de energia (mercado cativo + TUSD) cresceram 7,9% no 2T21, se comparado ao 2T20, atingindo 9.049,4 GWh. O Ebitda ajustado consolidado totalizou R$ 1.497,5 milhões no 2T21, acréscimo de 86,8% (R$ 695,7 milhões) sobre 2T20. No acumulado, atingiu R$ 2.922,0 milhões, aumento de 68,8% (R$ 1.191,2 milhões). O lucro líquido consolidado foi de R$ 749 milhões no 2T21, acréscimo de R$ 837 milhões em comparação ao mesmo período de 2020. Nos 6M21, o crescimento foi de 228,6% (R$ 1.128,6 milhões), totalizando R$ 1.622,3 milhões.

Neste Conversa com Investidor, Deborah Coutinho Gil Nunes, gerente de Relações com Investidores da Energisa, conversou com Marco Saravalle da Sara Invest. Na resposta da penúltima pergunta, Deborah envolveu Thiago Peres de Oliveira, coordenador de Eficiência Energética da companhia. Os resultados do terceiro trimestre de 2021 da Energisa serão divulgados no dia 11 de novembro.

 

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Como está a expectativa para a operação de novos ativos?

A Energisa tem como segmento principal a distribuição de energia elétrica, representando quase 95% da geração de caixa atual. Temos interesse em aumentar a diversificação dos negócios no segmento de energia elétrica, investindo mais em transmissão de energia elétrica e na geração de energia elétrica, seja por geração distribuída ou geração centralizada.

 

Algum leilão da Aneel pode ser de interesse da companhia no curto/médio prazo?

Estamos sempre atentos as oportunidades no setor elétrico, incluindo os leilões de transmissão e geração promovidos pela Aneel.

 

Marco Saravalle (foto divulgação Sara Invest)
Marco Saravalle (foto divulgação Sara Invest)

A Energisa está de certa forma posicionada para o movimento de transição energética?

Com certeza. Com esta finalidade, temos investido em transmissão em várias regiões do país, como Goiás, Tocantins e Pará. Nas regiões do norte, onde temos nossas concessões de Rondônia e Acre, temos investimentos relevantes previstos para 2021 de R$ 747,5 milhões e R$ 201,8 milhões, respectivamente. Só neste ano iremos interligar 9 sistemas isolados em Rondônia, onde 3 sistemas já foram conectados em 2020, e mais um está previsto para 2023.

Com isso, mais de 63 mil clientes em Rondônia serão beneficiados com energia de qualidade. No Acre são 5 conexões de sistemas isolados, onde 2 já foram conectados em 2020, 2 serão interligados em 2023 e 1 em 2025, com 67 mil clientes atendidos. Esse trabalho irá possibilitar a desativação, até 2025, de 19 térmicas a diesel com 169 MW de capacidade e um corte de um corte de 502 mil toneladas de CO2 nas emissões.

Além disso, estamos crescendo em geração distribuída, com usinas solares, biodiesel e biogás, com aplicações de armazenamento, como microgrids, monitoramento e mobilidade elétrica, através da subsidiária Alsol, que em 2021 deverá fechar com 73 MWp instalados e queremos continuar a crescer neste segmento nos próximos anos.

 

Quais são as principais iniciativas e como gerar valor com elas?

Estes projetos trazem benefícios relevantes socioambientais como já mencionado anteriormente, além de crescer nossa base de consumidores com redução das emissões de CO2.

 

Hoje em dia enxergamos que o segmento de comercialização de energia tem ganhado bastante força. Com preços de energia mais altos, operar por meio de contratos se tornou uma alternativa interessante. Como a companhia se posiciona diante desta necessidade do mercado?

A comercializadora do Grupo Energisa tem papel estratégico importante no crescimento do nosso portfólio de produtos energéticos para os nossos clientes em todo território nacional. Em 2020, nós comercializamos 5.481 GWh, um crescimento de 17,3% em relação ao ano de 2019.

 

Como as revisões tarifárias podem afetar o balanço e os resultados da companhia? Esse tipo de revisão pode beneficiar a companhia no curto prazo?

As revisões tarifárias têm a função contratual de reestabelecer as condições econômico-financeiras para as concessionárias de energia elétrica e seus consumidores. Nossa visão é positiva sobre este processo.

 

Poderiam explicar como o Programa de Eficiência Energética (PEE) poderia beneficiar a companhia? Quais medidas vêm sendo tomadas nesse sentido, beneficiando pequenas empresas e o pequeno consumidor?

O PEE beneficia a distribuidora, pois ele trabalha com a substituição de equipamentos obsoletos por equipamentos mais econômicos, postergando investimentos da distribuidora na rede elétrica com essa economia. Vale ressaltar também a economia em relação a geração de energia, pois o valor do kWh economizado pelo PEE é mais barato do que a geração do kWh.

Para beneficiar os clientes de pequeno consumo e clientes considerados de baixa vulnerabilidade, a Energisa tem o Projeto Nossa Energia. Desde 2011, este projeto já beneficiou clientes com a substituição de mais de 66 mil geladeiras antigas por geladeiras com Selo Procel; executou a substituição de 3 milhões de lâmpadas incandescentes e fluorescentes compactas por lâmpadas de LED; realizou o cadastro de mais de 508 mil clientes na Tarifa Social, além de ter instalado diversos equipamentos de aquecimento de água e substituído chuveiros e ventiladores.

Para empresas, anualmente todas as distribuidoras realizam a Chamada Pública de Projetos. Nesta ocasião, são disponibilizados recursos para a apresentação de projetos, que após avaliados e habilitados, são executados nos mais diversos usos finais, como a substituição de motores, equipamentos de ar-condicionado e lâmpadas, além da instalação de sistemas de geração de energia fotovoltaica.

 

Como a companhia tem enxergado o atual cenário de crise hídrica no Brasil? Como a Energisa pode ser beneficiada ou afetada por este movimento?

Estamos acompanhando atentamente o atual cenário do setor elétrico brasileiro. Consideramos que as instituições do setor estão empenhadas em encontrar soluções necessárias para evitar uma situação crítica. Esperamos que esses esforços resultem em medidas eficazes para que possamos ter um cenário favorável que garanta o fornecimento de energia elétrica para todo o país.

 

Coordenação: Jorge Priori

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