A Focus Energia concluiu seu IPO em fevereiro deste ano, movimentando R$ 765 milhões na oferta primária e R$ 123 milhões na oferta secundária. Atuando no segmento de geração de energia renovável e comercialização de energia, a companhia encerrou o segundo trimestre de 2021 comercializando um montante de 1.624 (GWh) de energia e uma receita operacional líquida de R$ 312,6 milhões. O Ebitda foi de R$ 26,7 milhões, representando uma margem de 8,5%. O lucro bruto antes do MTM (mark to market / marcação a mercado) foi de R$ 21,8 milhões. Considerando o resultado do MTM, R$ 16,1 milhões, o lucro bruto foi de R$ 37,9 milhões (margem bruta de 12,1%).
No momento, seu principal projeto é o Futura 1, um grande projeto de exploração de energia solar localizado em Juazeiro (BA), que será composto por um total de 45 parques solares. Com Capex de R$ 2,74 bilhões e capacidade instalada de 671 MW, sua entrada em operação (COD) está prevista para abril de 2022.
Neste Conversa com Investidor, Alexandre Mafra, CFO e IRO, e Henrique Cassoti, VP de Risco e Regulamentação da Focus Energia, conversam com Hugo Queiroz, diretor do TC Matrix.
Qual é o ramp-up de um projeto de fazenda solar? Quanto tempo leva para que ele esteja produzindo em capacidade total?
O tempo médio depende muito do tamanho do projeto. Para o nosso projeto, o Projeto Futura 1, estimamos o início do COD para abr/2022 e finalização em set/22. Com a energização de todas as 22 UFVs, a capacidade instalada total será de 671MW.
Como a empresa faz a gestão da comercialização do projeto no ACL? Quais pontos observa para tomar a decisão de comercializar naquele intervalo?
Na comercializadora, gostamos de enfatizar 3 pilares que demonstram a nossa qualidade em operar nesse segmento:
– possuímos uma robusta política de crédito;
– temos uma forte gestão de risco, com acompanhamento diário do nosso time de análise de crédito e risco;
– contamos com um time comercial muito forte, o que nos permite realizar operações de forma eficiente.
Esses três pilares mostram a nossa qualidade em fazer operações com diversos nichos do setor, com segurança e, principalmente, com a capacidade de controle de gestão de risco, nos permitindo sempre manter um nível baixo de exposição para operarmos com tranquilidade.
Especificamente para o Futura, temos uma estratégia de comercialização em que focamos em contratos de LP por volta de 60% a 70% da energia para garantirmos a adequada financiabilidade de longo prazo do projeto. Com relação ao restante, focaremos em contratos de curto e médio prazo de forma a capturar o melhor retorno para o projeto dentro das nossas políticas de risco.
Qual é a TIR média de um bom projeto de fazenda solar, em quanto tempo se espera a desalavancagem do projeto e o pagamento de dividendos para os sócios do projeto? Gostaria de entender quais são os principais custos operacionais e entender a dinâmica da margem Ebitda no tempo devido à estrutura de custos e despesas.
Não damos guidance sobre a TIR dos nossos projetos. Os principais custos operacionais são o custo de transmissão, O&M do ativo e outros custos e despesas administrativas em ordem de relevância. Esses custos representam por volta de 15-18% das receitas líquidas.
Organização: Jorge Priori