Conversa com investidor: JSL (JSLG3)

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Ramon Alcaraz (foto divulgação JSL)
Ramon Alcaraz (foto divulgação JSL)

A JSL, maior companhia de logística rodoviária do Brasil, fechou o 3T21 com uma receita líquida de R$ 1,2 bilhão, com um crescimento de 60,6% comparado ao 3T20. Seu Ebitda ficou em R$ 198,3 milhões, crescimento de 68,1%, o que representou uma margem de 17,2%. O lucro líquido somou R$ 83,1 milhões, crescimento de 377%. Com esses números, a companhia fechou o 3T21 como o melhor de sua história. Além disso, apenas neste trimestre a JSL assinou R$ 1,2 bilhão em novos contratos para receitas futuras, totalizando no ano R$ 3,7 bilhões de contratos com receitas novas a serem realizadas em até nove anos.

Neste Conversa com Investidor, Ramon Alcaraz, CEO da JSL, foi entrevistado por Bruno Komura, estrategista de renda variável da Ouro Preto Investimentos.

 

Como vocês estão vendo o setor de transporte rodoviário no futuro próximo?

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Com otimismo. A JSL vem mantendo seu crescimento orgânico e inorgânico graças ao equilíbrio obtido por uma gestão austera, focada na otimização de recursos, aliada ao bom desempenho em seus quatro ramos de atuação (operações de logística dedicada, transporte rodoviário de cargas, distribuição urbana e serviços de armazenagem). Alguns desses segmentos foram mais impactados do que outros, sobretudo nesse período marcado pela pandemia, mas, na média, fomos favorecidos por um crescimento acelerado de setores como mineração, agro, papel e celulose, e varejo.

O balanço do 3º trimestre de 2021 comprova os bons resultados obtidos, com lucro líquido de R$ 83 milhões, 377% acima do 3º trimestre de 2020, e alta da receita líquida de 60%, também em comparação com o 3º terceiro trimestre de 2020, fechando em R$ 1,2 bilhão.

O desempenho da JSL e a confiança dos clientes também continuam favorecendo renegociações para adaptação aos novos cenários do mercado e concretização de novos contratos, que só neste 3º trimestre somaram R$ 1,2 bilhão. No ano, até o momento, já totalizaram R$ 3,7 bilhões com reflexos positivos garantidos pelos próximos 48 meses. As perspectivas são promissoras.

 

A indústria automobilística foi afetada pela falta de semicondutores. Como isso deve afetar a frota da JSL?

Um dos fatores que nos favorecem diante desse cenário de dificuldades para compra de veículos – cenário que é sentido em todos os países, não apenas no Brasil – é o fato de que a JSL integra o grupo Simpar, que é o que mais compra caminhões, carros, equipamentos e máquinas no País. A JSL tem uma das maiores frotas do mercado e um excelente trânsito entre os fornecedores.

Outra vantagem é a de termos uma frota com idade média de 3 anos e meio, em contraposição à média nacional de 18 anos, o que tem sido fundamental para a estratégia de disponibilização de veículos aptos para atender a demanda crescente do mercado, com redução de custos com manutenção, combustível e peças, entre outros.

 

O que a companhia acha de uma eventual mudança de governo e priorização da indústria automobilística como incentivos para aquisição de caminhões elétricos e caminhões autônomos? Este cenário é provável? Há como se preparar?

Nosso foco em uma política de austeridade e nossa busca constante de crescimento orgânico e inorgânico, com aquisição de empresas complementares aos nossos objetivos, nos ajudam a navegar em diferentes cenários macroeconômicos, mesmo enfrentando variações cambiais e eventuais crises inflacionárias.

O custo da adoção de caminhões elétricos no transporte rodoviário de cargas ainda é bastante alto. A JSL já tem alguns caminhões elétricos, usados principalmente na distribuição urbana, mas também está testando veículos de combustão híbrida (diesel e gás), que demandam menos investimento do que o exigido para a compra de caminhões elétricos e possuem uma emissão de poluentes 30% menor quando comparados a veículos 100% à combustão.

 

O setor tem alguns potenciais: terceirização da frota e consolidação. Como esses pontos devem evoluir no tempo? O que a companhia tem feito em relação a eles?

A JSL tem uma das maiores frotas próprias do País para o transporte de cargas. Só em 2021 foram adquiridos e estão ativos 498 veículos pesados e 230 leves. Trabalhamos também com caminhoneiros agregados, que são cadastrados depois de detalhada seleção, e que estejam com seus veículos dentro dos padrões e requisitos exigidos pela empresa especialmente no que diz respeito à manutenção e conservação dos veículos. Temos como premissa valorizar e reter os profissionais, tornando-os cada vez mais qualificados com programas contínuos de treinamento, focando em competências individuais e nos valores organizacionais.

A JSL também investe no acompanhamento e segurança durante os percursos, disponibilizando atendimento contínuo aos motoristas e veículos, além de implementar tecnologias que visam garantir as melhores condições de comunicação e trabalho para esses profissionais. A empresa preza pela diversidade, tendo iniciado recentemente mais um programa de formação de mulheres caminhoneiras, o Mulheres na Direção, com aproveitamento das carreteiras aprovadas no quadro profissional da própria companhia.

 

Coordenação: Jorge Priori

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