CONVERSA DE MERCADO

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Falta um pouco de otimismo

Obama assumiu, o Banco Central brasileiro cortou os juros mais do que o esperado no fim do ano passado, mas nada de calmaria no mercado financeiro. Ao contrário, o Ibovespa está próximo da linha vermelha e pode acumular perda já no primeiro mês do ano. Apesar de existirem muitas “barganhas” entre as ações, especialistas alertam que é preciso muito cuidado ao pensar em investir. Para quem é avesso ao risco, é preciso cuidado! As oscilações estão fortes demais. Falta uma pitada de otimismo no mercado.
As atitudes tomadas pelos governos ao redor do mundo ainda não surtiram efeito e tudo leva a crer que nada é para ontem. O curto prazo está perdido e os próximos meses são de indefinição. Assim, torna-se difícil estabelecer preço para as ações, diante da perspectiva de que os resultados das empresas serão bem inferiores. O mercado brasileiro começa a sentir de forma mais aguda os efeitos da crise, com as empresas a apresentarem queda na receita e no lucro em função da menor atividade.
A queda da taxa básica de juros em um ponto percentual ajuda, mas o patamar atual da Selic, 12,75% ao ano, é muito elevado. Além do mais, qual empresário em sã consciência vai decidir investir neste momento? Ao mesmo tempo, há a queda do consumo tanto no mercado externo, o que gera impacto nas exportações, quanto no mercado interno.
Do lado internacional, as expectativas estavam todas voltadas para a era Obama. A posse do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no entanto nada muda nestes primeiros dias. É preciso lembrar que a economia norte-americana está em recessão. A dívida pública já atingiu US$ 20 trilhões. Já o déficit público, US$ 1,2 trilhão, equivale a 10% do PIB. Isso não muda da noite para o dia. Nesta sexta, o Congresso dos EUA e Obama, começam a discutir o pacote de US$ 825 bilhões proposto por ele. A medida tem encontrado resistência por parte dos republicanos na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados).
A conjuntura está para aqueles que gostam de fazer operações day trade. São os profissionais que ficam no mercado nestes momentos.

Fipecafi e Ernst & Young lançam livro sobre IFRS

Pesquisa realizada recentemente pela Ernst & Young com CFOs, diretores financeiros e outros profissionais da área de grandes empresas do país revela que 68% disseram ser “muito difícil” encontrar profissionais capacitados para atuar na transição para as normas internacionais. Para auxiliar empresas, órgãos reguladores, universidades e o mercado em geral a entender a conversão para as novas normas e as dificuldades que podem surgir nesse processo, a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e a Ernst & Young lançam esse mês o “Manual de Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS versus Normas Brasileiras”.
A publicação de 364 páginas, da Editora Atlas, é pioneira no Brasil pela abrangência da sua análise comparativa. O livro é dividido em 26 capítulos que abordam tópicos específicos do padrão internacional de contabilidade.

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Petróleo na promoção

O preço médio estimado para o barril de petróleo WTI neste ano é de US$ 45, e em 2010 de US$ 65. As expectativas dos analistas da BMO Capital Markets Commodity Price Índex é de que a demanda ainda seja a responsável pela tendência dos preços nos próximos meses. Já num prazo mais longo, o valor do barril tende a estar relacionado a produção das reservas, diante da perspectiva de reaquecimento econômico.

Velejar é preciso

O mar não está para peixe, quando o assunto é mercado financeiro. O momento é instabilidade e indefinição e isso significa preocupação e stress no dia-a-dia dos consultores financeiros. “Sobra pouco tempo para o descanso, mas nas horas vagas o que gosto de fazer é ler e velejar”, diz o Rogério Bastos, fundador da FinPlan, consultoria financeira e de mercado de capitais com foco em assessorar pessoas físicas que possuam carteira de investimentos. Lembra que, durante os 16 anos que atua no mercado financeiro, nunca havia vivenciado um momento como o atual. “É uma época difícil”, explica.
Diante da conjuntura, Bastos consegue relaxar de uma só forma: velejando. São momentos em que há a possibilidade de se “desligar do mundo”. “É uma terapia. Desde maio do ano passado, o mercado vive numa montanha russa. Velejar para mim é terapia. Não há nem o barulho de motores. Apenas o mar e o vento”, conta.
Desligar-se completamente do que ocorre no mundo, entretanto, é um sonho antigo para quem vive mergulhado no mercado financeiro. Mesmo em época de férias, Bastos costuma acompanhar as notícias que ditam as tendências para os preços dos ativos financeiros.
A FinPlan é uma consultoria nova. Foi criada no final do primeiro semestre de 2008 com o objetivo de auxiliar a tomada de decisão das pessoas físicas que desejam investir seus recursos. Segundo Bastos, o primeiro passo dado por aquele que pretende investir deve ser entender qual a finalidade dos recursos. “Não se pode acreditar que vai ganhar o tempo todo no mercado. Cada um tem o objetivo de curto ou longo prazo. Nós ajudamos na tomada de decisão”, explica.
Antes da FinPlan, Bastos atuou em instituições financeiras na área de gestão de recursos, como HSBC, Credit Lyonnais, CCF Brasil e LODH no Brasil, além de ter sido Estrategista da Reliance – maior multifamily office do Brasil

Ana Borges

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