Cooperação promissora entre a China e os países de língua portuguesa

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Fórum de Macau (foto Diário do Povo)
Fórum de Macau (foto Diário do Povo)

Desde 2003, volume de comércio chinês com países lusófonos cresceu 17 vezes

 

Poucas semanas atrás, foi realizada com sucesso em Macau a Reunião Extraordinária Ministerial do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau), também conhecido como Fórum de Macau. O primeiro-ministro do Conselho de Estado da China, Li Keqiang, estava presente e fez um discurso, de forma virtual, na cerimônia de abertura. O evento, sob o tema principal “Um Mundo sem Pandemia, Um Desenvolvimento Comum”, contou com a participação online e presencial de autoridades dos governos da China e de oito países de língua portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O Fórum de Macau é um mecanismo multilateral de cooperação intergovernamental criado em Macau, em outubro de 2003, com o objetivo de fomentar e desenvolver os laços econômicos e comerciais entre a China e os países lusófonos. Ao longo dos anos, desempenhando o papel de Macau como plataforma de laços entre a China e os países lusófonos, o Fórum de Macau logrou resultados frutíferos na promoção do progresso comum do interior da China, de Macau e dos países de língua portuguesa.

A influência do Fórum de Macau se aumenta. São Tomé e Príncipe, depois do restabelecimento das relações diplomáticas com a China, tornou-se oficialmente membro do Fórum em 2017. Este ano, a Guiné Equatorial foi aprovada como o 10º país integrante, englobando, assim, todos os países que têm o português como idioma oficial. Através de intensas parcerias com a comunidade internacional nas áreas como combate à pandemia, eventos e exposições, comércio, finanças, cultura, turismo e empreendedorismo juvenil, o Fórum conquista um reconhecimento internacional cada vez maior e torna-se um importante pilar para a construção de uma “comunidade de futuro compartilhado” entre a China e os países de língua portuguesa.

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A cooperação econômica e comercial se expande. Nos últimos anos, a cooperação econômica e comercial entre a China e os países lusófonos superou as adversidades impostas por fatores como Covid-19 e registrou rápido crescimento, demonstrando resiliência e potencial. Em 2021, o volume de comércio entre a China e os países lusófonos ultrapassou o patamar de US$ 200 bilhões, 17 vezes maior do que o de 2003, quando o Fórum foi criado. Até o final de 2021, o estoque de investimentos chineses nos países lusófonos foi superior a US$ 86 bilhões, em domínios e formas cada vez mais diversificados.

A parceria econômica e comercial China–Brasil se consolida. Nos últimos anos, as relações China–Brasil continuam a avançar de forma estável e saudável, com resultados frutíferos nas cooperações pragmáticas, que é justamente um reflexo vivo da parceria de benefícios mútuos e win-win entre a China e os países lusófonos. Em 2021, apesar dos impactos negativos da Covid-19, o comércio bilateral aumentou 36,2% para atingir um novo recorde histórico de mais de US$ 160 bilhões, conforme estatísticas da Administração-Geral de Aduanas da China. A China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil por 13 anos consecutivos e é também uma das principais fontes de investimentos do país.

A cooperação entre a China e os estados brasileiros se destaca. Os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo são entusiastas e confiantes em realizar cooperação econômica e comercial com os parceiros chineses.

As empresas chinesas venceram fatores desfavoráveis, como a pandemia, para ampliar sua atuação no mercado brasileiro com novas operações: a State Grid mantém em função estável as linhas de transmissão de ultra-alta tensão de Belo Monte, a CNOOC e a CNODC são sócias na exploração de petróleo no campo de Búzios, o consórcio chinês entre CCCC e CR20 ganhou a licitação para construir a Ponte Salvador-Itaparica, e já foram iniciadas as obras do Complexo Eólico Tanque Novo da CGN Brasil e do monotrilho de Salvador com tecnologia da BYD.

Além de ganhar mais espaço para seus negócios, empresas chinesas também atuam ativamente para cumprir suas responsabilidades sociais, trazendo bem-estar à população local e impulso ao desenvolvimento econômico e social. Desde fevereiro, o município de Petrópolis foi atingido duas vezes pelas enchentes e deslizamentos. Seguindo a tradição de oferecer ajudas e solidariedades às pessoas em dificuldade, as empresas e comunidade chinesas na área de jurisdição do Consulado Geral da China doaram vários lotes de materiais ao povo na área afetada, revelando a profunda amizade entre os povos chinês e brasileiro.

Diante da turbulência na conjuntura internacional e regional, das novas ondas de contágio da Covid-19 e do aumento de fatores de incerteza e instabilidade na economia mundial, a segurança de todos os países está entrelaçada e interdependente. A cooperação entre a China e os países de língua portuguesa enfrenta desafios sem precedentes, assim como tremendas oportunidades.

No primeiro trimestre deste ano, o PIB chinês cresceu 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Apesar de uma pressão maior de desaceleração, a economia chinesa mantém a base sólida e a tendência promissora inalterada a longo prazo. O crescimento sadio e estável da economia chinesa proporcionará um mercado mais amplo e maiores oportunidades para o Brasil e os demais países do mundo. Estamos dispostos a continuar a fazer esforços junto com o Brasil e outros países lusófonos para superar dificuldades, aprofundar a cooperação pragmática em vários campos, intensificar as cooperações no âmbito do Fórum de Macau e dar maiores contribuições para construir a comunidade de futuro compartilhado da humanidade.

 

Tian Min é cônsul-geral da China no Rio de Janeiro.

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