Cooperativas de crédito ampliam sua fatia nos repasses do BNDES

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Dinheiro (Foto: Filipe Castilhos)
Dinheiro (Foto: Filipe Castilhos)

Entre 2014-2023 aumentou a participação das cooperativas de crédito nas aprovações dos repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Saltou de 1,6%, em 2014, para 13,6, no ano passado. Segundo o banco de fomento, a Carteira de crédito cooperativo tem mais de 50% das operações para micro e pequenas empresas e quase 90% para clientes com risco mais elevado (B ou inferior). Estudo lançado pelo BNDES, nesta quarta-feira, analisa o papel das cooperativas de crédito na ampliação do acesso ao mercado de crédito, principalmente junto a empresas de menor porte e risco mais elevado.

As cooperativas de crédito são instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central e que oferecem os mesmos produtos e serviços que bancos comerciais. Oferecem os mesmos tipos de produtos e serviços de um banco comercial, tendo depósitos garantidos pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), de maneira análoga ao que faz o Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Organizadas sob os princípios do cooperativismo, elas já respondem por uma carteira de crédito de mais de R$ 380 bilhões e foram o segmento do mercado que mais cresceu nos últimos anos.

No BNDES, as cooperativas de crédito têm maior peso na carteira (29%) do que na carteira de crédito nacional (10,3%). O BNDES apoia o fortalecimento da estrutura da capital das cooperativas por meio do BNDES Procapcred, que em 2023 alcançou mais de R$ 500 milhões em desembolsos para financiar a aquisição de cotas pelos cooperados.

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Classificação de risco

O estudo assinala que as cooperativas de crédito se diferenciam dos bancos comerciais por operarem mais frequentemente com clientes de pequeno porte e de risco mais elevado. Em junho de 2023, micro e pequenas empresas respondiam por mais de 50% das operações da carteira de crédito de pessoa jurídica das cooperativas de crédito, enquanto na carteira dos bancos privados representavam cerca de 25%. Já em relação à classificação de risco, enquanto as cooperativas tinham 52% das operações com empresas de risco B ou inferior, os bancos privados atendiam a 33% de clientes com esse perfil.

Dados do Banco Central mostram que ao final de 2022 o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) contava com 799 cooperativas singulares, 32 cooperativas centrais e quatro confederações, além de dois bancos cooperativos, alcançando cerca de 15,6 milhões de cooperados (13,2 milhões de pessoas físicas (PF) e 2,4 milhões de pessoas jurídicas (PJ)) e atingindo quase 55% dos municípios do país, a partir de 9.122 postos de atendimento. Os ativos totais do SNCC atingiram R$ 590 bilhões em dezembro de 2022, exibindo taxa de crescimento 2,5 vezes superior à do Sistema Financeiro Nacional (SFN) (28,5% a.a. versus 11,0% a.a. entre 2021 e 2022, respectivamente).

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