Copel anuncia novo diretor de finanças após discórdia sobre dividendos

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A estatal paranaense de energia Copel empossa nesta terça-feira um novo diretor de Finanças e Relações com Investidores. Adriano Rudek de Moura substituirá Luiz Eduardo Sebastiani no cargo, de acordo com comunicado divulgado ao mercado.

A Copel não informou motivos para a mudança na diretoria, mas Sebastiani foi afastado pouco após discordar da distribuição de dividendos proposta pelo governo do Paraná à companhia, de 50% dos lucros de 2016.

O executivo defendeu em reuniões do conselho um dividendo de 25%, para que a companhia mantivesse um caixa que reduzisse riscos de uma elevação em seu endividamento líquido e garantisse investimentos em curso.

Após os conselheiros da Copel aprovarem a proposta de dividendo defendida por Sebastiani, a companhia convocou uma Assembleia Geral de Acionistas que decidiu pela distribuição de 50% dos lucros, conforme a orientação do governo paranaense.

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Segundo uma ata de reunião do conselho realizada em 27 de abril, dois conselheiros manifestaram "desalento e perplexidade" com a "iminente demissão" de Sebastiani.

"Não é justificável que um diretor, ou qualquer outro membro da equipe da Copel, seja afastado por emitir juízo de valor em relação às suas funções estatutárias, principalmente quando este juízo é feito no melhor interesse da empresa", afirmaram os membros do colegiado Sandra Maria Azevedo e Sergio Eduardo Weguelin Vieira.

No mesmo dia, o conselheiro representante do governo paranaense na companhia leu uma carta na qual negou que uma eventual saída do executivo poderia ter relação com as discussões sobre dividendos.

"Eventual desligamento de diretores da Copel jamais teria associação com a ocorrência de debates ou apresentações de assuntos corporativos… alterações no quadro de pessoal de órgãos estatuários, sobretudo administradores, é prática comum nas empresas", destacou a correspondência.

A Copel informou que a troca no comando de sua diretoria de Finanças e Relações com Investidores decorre de decisão administrativa da própria empresa, que passou por mudanças na Diretoria Executiva, incluindo a troca na própria presidência.

 

Resultado

 

A Copel registrou um lucro líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 410,34 milhões no primeiro trimestre deste ano, montante mais de três vezes superior aos R$ 133,5 milhões anotados no mesmo período do ano passado.

O Ebitda somou R$ 1,006 bilhão, número 87,2% maior que os R$ 537,4 milhões reportados um ano antes. A margem Ebitda passou de 17,4% para 30,5%.

A forte expansão reflete, principalmente, a nova contabilização do fluxo de caixa dos ativos de transmissão anteriores a 2000 e não amortizados até a renovação das concessões, em 2013, denominados no setor como Rede Básica do Sistema Existente (RBSE). Na semana passada, a companhia já havia informado que os números homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) gerariam um impacto de R$ 224,6 milhões na receita operacional da companhia no trimestre.

A Copel também citou o impacto do resultado do quarto Ciclo de Revisão Tarifária da distribuidora do grupo, a partir de junho de 2016, no Ebitda. Desconsiderando os efeitos não recorrentes do período, o Ebitda ajustado ficou em R$ 811,5 milhões entre janeiro e março, montante 51% superior ao registrado no mesmo período de 2016.

A receita operacional líquida da Copel totalizou R$ 3,297 bilhões nos três primeiros meses do ano, o que corresponde a um crescimento de 7% frente igual etapa de 2016.

 

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