Copel está avaliando trocar ou vender ativos

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A Companhia Paranaense de Energia (Copel) pretende focar sua atuação em transmissão de energia em seu Estado de origem e regiões mais próximas para reduzir custos operacionais, o que poderá passar pela revisão de seu portfólio de empreendimentos, afirmou nesta quarta-feira o diretor de Relações com Investidores da companhia, Luiz Eduardo Sebastiani.

Por isso a estatal está estudando a troca de ativos de transmissão de energia no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com a Eletrosul, subsidiária da Eletrobras, além da venda de participações em sociedades com a espanhola Elecnor e a chinesa State Grid.

“Estamos analisando a troca de ativos com a Eletrosul, que implicaria na redução expressiva de despesas, sem a perda de receitas ou necessidade de aporte de capital. No Norte, estamos estudando a possibilidade de vender ou trocar ativos que temos com a Elecnor”, disse Sebastiani.

Segundo o executivo, as conversas estão avançadas em relação à Eletrosul, sendo que as trocas envolverão participações em três linhas de transmissão. Na Marumbi, em Santa Catarina, a receita anual permitida (RAP) da linha de 29 quilômetros é de R$ 14,3 milhões, sendo que a Copel Geração e Transmissão possui 80% e a Eletrosul, 20%.

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Na Transmissora Sul Brasileira, que cruza os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a RAP é de R$ 13,6 milhões, sendo que a Copel detém fatia de 20% e a Eletrosul, de 80% na linha com 798 quilômetros de extensão. Na Costa Oeste, ativo com 159 quilômetros, a fatia da Copel é de 51% e da Eletrosul, de 49%, sendo que a RAP chega a R$ 6,5 milhões.

Em relação aos negócios com a Elecnor, existe a Caiuá Transmissora, com 142 quilômetros e RAP de R$ 12 milhões, em que a Copel tem 49% e a sócia, 51%. O outro ativo é a linha Integração Maranhense, em que a Elecnor possui 51% e a Copel 49%, com RAP de 18 milhões e 365 quilômetros de linhas de transmissão.

Com a State Grid, a parceria envolve a linha Matrinchã, que escoará a energia gerada pela hidrelétrica Teles Pires, no Mato Grosso. A chinesa tem 51% de participação e a Copel, 49%, sendo que a RAP do empreendimento de 1.005 quilômetros é de 94,2 milhões.

O diretor disse que a Copel não precisa vender ativos para reduzir sua alavancagem, que tem subido nos últimos trimestres, e defendeu que as eventuais negociações citadas estão associadas a uma revisão estratégica da companhia em busca de melhor sinergia e eficiência.

 

Distribuição

 

A Copel demonstrou boas expectativas quanto a seus negócios na distribuição de energia elétrica, onde a companhia já vê um início de retomada na demanda dos clientes, que deve fechar este ano estável ou com leve queda ante 2015, segundo o superintendente de mercado, Artur Felipe Pessuti.

Ele afirmou ainda que o quarto ciclo de revisão das tarifas da distribuidora do grupo, concluído em junho, deverá melhorar significativamente os resultados da empresa, ao elevar a base de remuneração da concessionária para 4,9 bilhões de reais, ante 2,5 bilhões na revisão anterior.

“Essa foi a principal notícia do ano… incrementou significativamente a base de remuneração, praticamente dobramos o tamanho da distribuidora… isso proporciona… incremento da remuneração para os investidores”, disse Pessuti.

Ele disse que a distribuidora Copel-D deverá somar uma geração de caixa medida pelo Ebitda de entre 650 milhões e 700 milhões de reais nos próximos 12 meses, ante um Ebitda negativo de 197,7 milhões de reais no primeiro semestre de 2016.

 

Sanepar

 

A estatal paranaense pode acompanhar o governo do Estado do Paraná e vender parte de suas ações na estatal de saneamento Sanepar. Mas não há, por ora, qualquer decisão a esse respeito dentro da companhia, disse Sebastiani. “Se houver perspectiva de valor bastante atrativa para a Copel realizar essa venda, ela pode vir a realizar, mas no cálculo dessa conta está também os dividendos que as ações da Sanepar vem trazendo à Copel em valor bastante expressivo”, comentou.

Questionado se a Copel poderia participar do follow-on, oferta subsequente de ações, o executivo afirmou que isso não está na agenda da companhia. “É uma decisão de estado com relação a suas ações, a Copel pode vir a analisar no momento adequado. Hoje, efetivamente, não há nada projetado com relação a isso”, disse.

A Copel tem uma participação de 13,6% da Sanepar, que rendeu uma equivalência patrimonial de R$ 48,4 milhões para a companhia no primeiro semestre deste ano.

O Governo do Paraná encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei com a proposta de venda de ações da Sanepar e também da própria Copel, que excedam o bloco de controle das empresas, visando obter recursos para investir em outras áreas da infraestrutura.

Sebastiani lembrou que o assunto está atualmente em discussão na assembleia e evitou comentar sobre a potencial operação com papéis da Copel. “Para a Copel não muda nada, é uma ação do governo do Paraná, acionista controlador. Esse excedente de fato não muda a posição do governo. É isso que tem sido colocado no projeto de lei”, disse o executivo, que afirmou ter tido conhecimento do assunto pela imprensa.

Ele disse que a Copel não tem conhecimento da estratégia precisa do Estado, se a venda das ações será feita em lote ou parcelado no tempo.

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