O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) realiza nesta quarta-feira (4) a penúltima reunião do ano para definir o rumo da Taxa Selic. Apesar da desaceleração da inflação, analistas de mercado preveem que o colegiado deve manter os juros básicos em 15% ao ano, o maior nível em quase duas décadas.
A taxa atual, em vigor desde setembro do ano passado, é a mais alta desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano. Desde então, o Copom elevou os juros sete vezes consecutivas, mantendo-os inalterados nas duas últimas reuniões, em julho e setembro.
Na ata da reunião anterior, o BC indicou que pretende sustentar a Selic em 15% “por tempo prolongado”. O documento também destacou que o cenário econômico dos Estados Unidos e as tarifas impostas pelo país têm exercido “maior impacto” sobre a economia global do que fatores estruturais internos. No Brasil, alguns preços, como o da energia, continuam pressionando a inflação.
De acordo com o boletim Focus mais recente, que reúne projeções de analistas do mercado financeiro, a taxa básica deve permanecer no mesmo patamar até o fim de 2025 ou início de 2026. A incerteza, agora, está no momento em que o BC começará a reduzir os juros.
Inflação desacelera, mas segue acima da meta
A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), ficou em 0,18% em outubro, acumulando 4,94% em 12 meses. Foi o quinto mês consecutivo de queda nos preços dos alimentos. O IPCA cheio, referente a outubro, será divulgado em 11 de novembro.
Segundo o boletim Focus, a estimativa de inflação para 2025 recuou para 4,55%, ante 4,8% há quatro semanas. Mesmo com a queda, a projeção segue ligeiramente acima do teto da meta contínua de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo chegar a 4,5%.
Qual o papel da taxa Selic?
A Selic é a taxa básica de juros da economia e serve de referência para as demais taxas cobradas por bancos e instituições financeiras. Ela é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional e é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação.
Quando o Copom eleva a Selic, o crédito fica mais caro e o consumo tende a cair, o que ajuda a conter a alta dos preços. Por outro lado, juros altos podem desacelerar a economia. Já quando o BC reduz a taxa, o crédito se torna mais acessível, estimulando o consumo e a produção, mas aumentando o risco de pressão inflacionária.
O Copom se reúne a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, há apresentações técnicas sobre as economias brasileira e internacional. No segundo, a diretoria do BC delibera e define a nova taxa.
Novo sistema de metas de inflação
Desde janeiro, o país adota o sistema de meta contínua de inflação, fixada em 3% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Nesse modelo, a verificação é feita mensalmente, considerando a inflação acumulada em 12 meses, e não mais apenas o índice fechado de dezembro.
No último Relatório de Política Monetária, divulgado em setembro, o BC projetou que o IPCA encerrará 2025 em 4,8%, previsão que poderá ser revista na próxima edição, a ser publicada no fim de dezembro.
Fonte: Agência Brasil
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