Copom deixa porta aberta para Selic ir a 14%

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Banco Central- Selic (foto ABr)
Banco Central (foto ABr)

Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, de 13,25% para 13,75% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros. A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Esse foi o 12º reajuste consecutivo na taxa Selic. Assim como na última reunião, a taxa foi elevada em 0,5 ponto percentual (p.p.).

“A leitura do mercado [financeiro] para a decisão do Copom é neutra, portanto, haverá poucos impactos nos mercados de renda variável e renda fixa”, comentou Antonio van Moorsel, sócio e chefe do Advisory da Acqua Vero Investimentos. O comitê indicou “que avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, ou seja 0,25 p.p., em sua próxima reunião. Sendo assim, o BC manteve a porta aberta para encerrar o ciclo na próxima reunião em 13,75% ou 14%”, analisa Moorsel.

Em nota, Miguel Torres, presidente da Força Sindical, criticou a decisão do BC: “O aumento da taxa de juros anunciado pelo Copom é um remédio desnecessário, errado, com efeitos colaterais indesejados, irreversíveis, graves e nefastos, como o comprometimento da produção, o arrefecimento da intenção de consumo, resultando em drástica queda no comércio e indústria.”

“Infelizmente, o Banco Central perdeu uma ótima oportunidade de estimular a criação de empregos, a produção e o consumo. A decisão de aumentar, novamente, a taxa fortalece os obstáculos ao desenvolvimento do País com distribuição de renda”, afirmou Torres.

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De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 p.p. em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de dezembro do ano passado até maio deste ano.

Com a decisão, a Selic continua num ciclo de alta, depois de passar seis anos sendo reduzida ou mantida. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano, em março de 2018. A Selic voltou a ser reduzida em agosto de 2019 até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia. Esse era o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

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