Pressionado pelo preço dos alimentos e da energia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide hoje em quanto elevará a Taxa Selic. Esta poderá ser a quinta elevação consecutiva da Selic. Segundo a edição mais recente do Boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deve subir 1 ponto percentual nesta reunião, de 13,25% para 14,25% ao ano.
No comunicado da última reunião, em janeiro, o Copom confirmou que elevará os juros básicos em 1 ponto percentual na reunião de março. Segundo o comitê, o agravamento das incertezas externas e os ruídos provocados pelo pacote fiscal do governo no fim do ano passado justificam o aumento dos juros básicos no início de 2025.
Ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e duas de 1 ponto percentual.
Na ata da reunião mais recente, o Copom alertou para o prolongamento do ciclo de alta da Taxa Selic. Segundo o BC, o cenário de inflação de curto prazo segue adverso, principalmente em razão do aumento nos preços dos alimentos. Mantido esse cenário, o comitê aponta que a inflação deve ficar acima da meta pelos próximos 6 meses.
Segundo o último Boletim Focus, a estimativa de inflação para 2025 está em 5,66%, contra 5,6% há quatro semanas. Isso representa inflação acima do teto da meta contínua estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% para este ano, podendo chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.
Pelo novo sistema de meta contínua em vigor a partir deste mês, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.
No modelo de meta contínua, a meta passa ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em janeiro deste ano, a inflação desde fevereiro de 2024 é comparada com a meta e o intervalo de tolerância. Em fevereiro, o procedimento se repete, com apuração a partir de março de 2024. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do tempo, não ficando mais restrita ao índice fechado de dezembro de cada ano.
No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA termine 2025 em 4,5%, mas a estimativa pode ser revista, dependendo do comportamento do dólar e da inflação. O próximo relatório será divulgado no fim de março.
Para Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, “a combinação de uma alta na Selic no Brasil com a manutenção ou início de corte nos juros pelo Fed pode atrair um fluxo significativo de capital estrangeiro, valorizando o real e ajudando no controle da inflação via um câmbio mais favorável.”
Já para Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, “a elevação da taxa Selic no Brasil, combinada com a manutenção ou redução das taxas de juros pelo Fed, tende a aumentar o diferencial de juros entre os dois países.”
“Esse cenário torna os investimentos em títulos brasileiros mais atrativos para investidores estrangeiros, devido ao potencial de retornos mais elevados. A entrada de capital estrangeiro tende fortalecer o real em relação ao dólar, contribuindo para a redução da inflação ao baratear produtos e insumos importados. Contudo, a sustentabilidade de uma queda consistente do dólar não depende apenas desse diferencial de juros, já que fatores externos, como políticas comerciais protecionistas adotadas pelos EUA, podem impactar negativamente as exportações brasileiras, afetando a balança comercial e pressionando o câmbio. Além disso, a percepção de risco associada à economia brasileira, influenciada por questões políticas e fiscais internas, também desempenha um papel significativo na determinação da taxa de câmbio.”
Com informações da Agência Brasil
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