Copom ignora recessão e eleva juros para 9,25%

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Banco Central (Foto: Lúcio Távora/Agência Xinhua)
Sede do Banco Central (foto de Lúcio Távora, Xinhua)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 7,75% para 9,25% ao ano. Esse foi o sétimo reajuste consecutivo e consolida a maior alta da taxa em quase 20 anos. O aumento em período tão curto só fica atrás do ciclo iniciado em outubro de 2002 e finalizado em maio de 2003, em meio às especulações antes e após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Naqueles anos, o BC elevou a Selic em 8,5 pontos percentuais.

Em janeiro de 2021, a taxa básica estava fixada em 2%. Com o aumento decidido nesta quarta-feira, a Selic acumula alta de 7,25 pontos percentuais (pp). O mercado financeiro esperava nova elevação na primeira reunião de 2022.

O chefe de Renda Variável da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti, disse que “não faria sentido aumentar mais que isso (1,5 ponto), já que, mesmo diante de um cenário inflacionário, há dados de estagnação econômica”.

Bertotti citou os últimos dados trimestrais do PIB e de vendas no varejo, que mostraram que a economia brasileira está desaquecida. “Por isso, foi a melhor decisão repetir o aumento de 1,5 pp da última reunião do Copom”, finalizou.

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Para a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã, Maria Lucia Fattorelli, a elevação dos juros não tem influência sobre a inflação atual, que não é provocada por alta demanda. Para a especialista, os aumentos afetam a dívida pública e beneficiam o Sistema da Dívida.

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