Copom mantém Selic a 2 % ao ano

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Banco Central (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Banco Central (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira manter a taxa Selic em 2% ao ano. Em comunicado, o Copom afirmou que entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2021 e 2022.

Segundo o economista e sócio da BRA Investimentos, João Beck, o Banco Central (BC) manteve a Taxa Selic em 2% ao ano dentro do consenso de mercado. O BC sinalizou que, apesar de pressões recentes e até superiores ao que a própria instituição projetava, a inflação permanece abaixo da meta para o horizonte de prazos mais longos.

Para ele, o Copom reconhece que houve uma deterioração no balanço de riscos e repete a importância da continuidade das reformas. O forward guidance tem sido de que as taxas se manterão caso a política fiscal não fure o teto de gastos assim como uma ancoragem das expectativas de inflação abaixo da meta e, nesse sentido, o Copom reconhece que as causas de elevação da Taxa Selic ainda não foram satisfeitas.

De acordo com Flávio Aragão, sócio da 051 Capital, o comunicado do Copom vem em linha com as expectativas e a manutenção da taxa em 2% reforça a importância do andamento das reformas e do controle de gastos públicos como um fator primordial para manutenção do Foward Guidance. Levantou uma pequena preocupação com a atividade no curtíssimo prazo por causa do avanço da Covid-19, mas não considera tão relevante a médio prazo devido à vacina.

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No final do comunicado, veio uma surpresa que é a possibilidade do fim do Foward Guidance devido à reversão da tendência de queda nas expectativas de inflação, ou seja, caso as expectativas de inflação sigam sua escalada, o Copom deve iniciar logo no primeiro semestre o aumento da taxa básica de juros.

Para o economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Marcel Solimeo, o BC manteve a taxa Selic em 2%, porque a inflação ainda está sob controle embora o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumule alta de 4,3% nos últimos 12 meses”, disse. Esta leve alta até o momento deveu-se à valorização do dólar frente ao real, que refletiu diretamente nos preços dos alimentos importados como os do azeite, vinho e bacalhau. A baixa safra brasileira e o Auxílio Emergencial, que causou aumento do consumo principalmente nas classes C, D e E, também influenciaram no aumento dos preços.

Agora, no entanto, por conta da possibilidade da aprovação de reformas em discussão no Poder Executivo, na Câmara Federal e no Senado, além do respeito ao teto de gastos públicos, somada à boa expectativa de que haja ótima colheita de safra já no início de 2021, existe a tendência de queda inflacionária. “Acreditamos que o consumidor logo notará que os preços dos alimentos ou não subiram como esperavam ou caíram”, projetou. “É por conta disso que acreditamos que a decisão do Copom de manter a Selic estável foi correta e também já era esperada pelo mercado”, avalia.

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