‘The Economist’ diz que ação de Moro pode configurar violação de privacidade
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse que a América do Sul está sendo ameaçada por tentativas de desestabilização dos governos progressistas da região e comparou o processo a um novo Plano Condor, uma aliança política entre as ditaduras militares de países sul-americanos nas décadas de 1970 e 1980 para reprimir opositores e operou no Brasil, Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Peru e Equador.
Segundo Correa, ações em curso no continente atualmente buscam não só amedrontar, mas acabar com os governos progressistas da região. “A direita tem sede de vingança, porque em dez anos não pode, como fazia antes, pegar o telefone e ordenar que um presidente faça tal coisa ou outra. Eles têm sede de vingança, não apenas para derrubar o que foi conquistado, mas para tratar de perse-guir, massacrar os que ousaram desafiar seu poder”, disse Correa em entrevista à Agência Brasil.
Para o presidente equatoriano, as denúncias contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de supostos atos de corrupção vinculados à Petrobras, não são apenas uma casualidade. “Este é o novo Plano Condor. Já não são necessárias ditaduras militares, são necessários juízes submissos e uma imprensa corrupta”, acusou.
A revista britânica The Economist publicou artigo sobre o atual cenário político-econômico brasileiro. No texto, a publicação afirma que a decisão do juiz federal Sérgio Moro de liberar a gravação de uma conversa telefônica entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff pode configurar violação de privacidade.
“Liberar a gravação de uma conversa em que uma das partes, nada menos que a presidenta, não está formalmente sob investigação e goza de fortes proteções institucionais parece ser uma violação de sua privacidade. No passado, o Sr. Moro pareceu, por vezes, ter ido longe demais em sua obstinada perseguição pela corrupção”, publicou a Economist.