Os mercados nas Américas tiveram desempenho positivo nesta quarta-feira. Apesar do debate acirrado, cheio de trocas de farpas entre Donald Trump e Joe Biden, a possibilidade de um pacote de estímulos nos EUA e a oportunidade de compra em ativos descontados no Brasil ajudaram as praças das duas maiores economias do continente. Na Europa, o receio em relação à Covid-19 voltou a gerar inseguranças aos investidores.
Os dados de atividade econômica contribuíram para a alta do mercado. Todavia, o maior driver para a elevação em Wall Street foram as negociações referentes ao pacote fiscal americano.
No que diz respeito à conjuntura econômica, os dados de inflação, a variação do emprego privado, as vendas pendentes de moradia e o PMI de Chicago ficaram acima das perspectivas dos agentes.
O Dow Jones teve alta de 1,20%. O S&P 500 e a Nasdaq subiram 0,83% e 0,74%, respectivamente.
Os principais índices do continente europeu sofreram novamente, fechando majoritariamente em queda, mediante ao cenário de incertezas.
Apesar dos ganhos ao fim da sessão com as negociações entre Steven Mnuchin e Nancy Pelosi, o aumento nos números dos casos de Covid-19 na Europa, gerando risco em relação às perspectivas econômicas para o fim do ano, trouxe aversão ao risco para os investidores.
Paris liderou as perdas, com queda de 0,59%, seguida por Londres, com desvalorização de 0,53%. Frankfurt e Milão tiveram queda de 0,51% e 0,24% respectivamente. Madri ficou no zero a zero, desempenhando alta sensível de 0,04%.
O mercado de ações brasileiro subiu na quarta-feira mediante a ajuda do exterior, dado que Nova Iorque teve aumento do apetite pelo risco por conta da possibilidade da aprovação de um pacote fiscal.
Internamente, apesar do aumento no desemprego, a alcançar a taxa de 13,8%, os investidores aproveitaram o desconto dos ativos nacionais, a enxergar um momento de buy opportunity. Ademais, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não usará os dados dos precatórios para pagar o Renda Cidadã.
O Ibovespa fechou com alta de 1,09%, a 94.603,38 pontos. Com o apetite pelo risco, o dólar teve leve queda de 0,37%, a R$ 5,62.
O mercado de petróleo fechou em alta, corrigindo parcialmente a queda de terça-feira (29). O apetite pelo risco oriundo da possibilidade de um acordo em relação ao pacote de estímulo à economia americana, juntamente com a queda nos estoques nos EUA, contribuiu para o avanço dos contratos futuros da commodity.
O WTI para novembro teve avanço de 2,37%, cotado a US$ 40,22. O contrato do petróleo do Mar do Norte, Brent, teve avanço de 1,78%, cotado a US$ 42,30.
O mês começa com a agenda cheia, como de costume. Iniciando pela agenda norte-americana, as consultorias IHS Markit e ISM divulgarão o índice dos pedidos de compras (PMI) da indústria estadunidense para o mês de setembro.
Após dados divulgados ontem (30) comprovando a tendência de melhora da economia chinesa, a alcançar 51,5 pontos, os dados do ocidente também possuem expectativas positivas, com projeções iguais aos números da primeira observação.
Assim, segundo a consultoria britânica, o mercado espera um PMI de 53,5 pontos em setembro, de acordo com a melhora nos dados de produção industrial e outros dados antecedentes.
Seguindo a mesma lógica, o PMI divulgado pela ISM Inc. – sendo um indicador mais amplo – também tem tendência de leve melhora, saindo de 56,0 para 56,2 pontos em setembro.
Após dados acima do esperado publicados pela ADP Systems e antecedendo os números do Payroll, o Departamento do Emprego disponibilizará os pedidos iniciais por seguro-desemprego.
Após dados aquém do esperado na última semana, os agentes ajustaram usas expectativas para números próximos da última observação.
A projeção dos agentes aponta para 850 mil pedidos pelo auxílio, evidenciando a desconfiança do mercado para quedas mais abruptas no desemprego.
Apesar de o PMI e a segunda arguição do PIB do segundo trimestre mostrarem melhora na economia americana, como é possível ver pelo mercado de trabalho, o nível da atividade econômica ainda não atingiu patamares para que os preços tenham elevação muito significante na inflação e renda dos agentes no curto prazo.
Assim, as projeções para os dados que serão divulgados pelo Bureau of Economic Analysis referentes aos gastos pessoais e à inflação devem apresentar elevação menor do que registrado na segunda observação, segundo o mercado.
O núcleo do PCE, indicador utilizado pelo Fed para fazer suas decisões, possui projeção de 0,3% ao mês. Ao ano, espera-se leve aumento em agosto, saindo de 1,3% para 1,4%.
No que diz respeito aos dados que mostram a tendência do consumo e da renda das famílias, também são projetados números menores em relação ao mês de julho.
A renda pessoal de agosto tem perspectiva de queda de 2,4% ante aumento de 0,4% em julho, enquanto os gastos pessoais são projetados com elevação de 0,7% em agosto ante 1,9% em julho.
As perspectivas para a Zona do Euro quanto ao PMI Industrial para os países europeus também são positivas, com os agentes a esperar os mesmos dados da primeira verificação do indicador.
O esperado para o PMI de setembro da Alemanha é de 56,6 pontos. Para a Zona do Euro e Reino Unido, espera-se 54,3 e 53,7 pontos, respectivamente.
Além dos dados do PMI, a agência Eurostat publicará a taxa de desemprego e o índice de preços ao produtor da Zona do Euro.
Após melhora no indicador de desemprego da Alemanha divulgado ontem, países que estão com aumento no número de casos de Covid-19, levando a novas medidas de restrição social, fazem com que a expectativa em relação ao desemprego se deteriore.
O mercado espera uma taxa de desemprego de 8,1% em agosto, ante 7,9% em julho.
Quanto ao IPP, haja vista a diminuição na demanda por bens de consumo por parte dos produtores, espera-se queda nos indicadores de preços.
As projeções para o IPP de agosto são de -2,7% ao ano e de 0,1% ao mês.
Com a melhora nos indicadores de atividade, com exceção do desemprego, mas com ganhos na indústria, comércio e varejo, o mercado espera dados positivos para o PMI de setembro.
Corroborando para os indicadores de expectativas divulgados pela Fundação da Getúlio Vargas (FGV), a indústria deve apresentar melhora nesse indicador.
A expectativa do mercado é de que o PMI saia de 64,7 pontos para 70 em setembro.
Quanto à balança comercial, apesar da expectativa de superávit de US$ 7,10 bilhões em setembro, ante US$ 6,60 bilhões em agosto, o dado não é tão positivo.
Os saldos nas exportações vêm subindo por conta da valorização do dólar em relação ao real e da melhora das condições econômicas de alguns importantes parceiros comerciais, como a China.
Todavia, a queda nas importações se deve, principalmente, à retração na renda nacional.
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