Covid-19 ainda preocupa os investidores

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A alternância de comportamento nos mercados de risco se fez novamente presente na sessão de ontem. A Bovespa encerrou com queda de 0,61%, em 99.160 pontos, depois de ter vazado 100.190 pontos, Dow Jones com queda de 1,39% e Nasdaq novamente em alta de 0,53%. Aqui, o dólar encerrou com leve queda de 0,14%, depois de oscilar bastante durante o dia, com a moeda americana cotada a R$ 5,34.

Hoje, mercados sofrem novamente com a possibilidade de uma segunda onda de contágio pela Covid-19, especialmente nos EUA que voltou a bater recorde de casos, e novas restrições de países que vinham flexibilizando o contato social. A Itália, por exemplo, proibiu ingresso de turistas brasileiros em seu território e de mais 12 países.

Mercados da Ásia terminaram o dia com comportamento de queda, Europa operando no positivo nesse início de manhã, mas oscilando bastante e futuros do mercado americano no campo negativo. Aqui, a Bovespa não deveria perder a faixa de 93 mil pontos (felizmente estamos longe) e deveria ultrapassar o patamar de 100 mil pontos para ganhar consistência e apontar o objetivo de 105 mil pontos.

O mercado de petróleo também sofre na sessão de hoje com a retomada das exportações da Líbia depois de bloqueio, e ainda com o relatório mensal da Agência Internacional de Energia (AIE) melhorando as projeções de demanda de 2020, mas reduzindo expectativas de 2021. Na China, novos empréstimos de junho cresceram 1,8 trilhões de iuanes e as vendas de automóveis expandiram 11,6% em junho anualizadas; o que mostra que a recuperação segue firme. Na França, a produção industrial de maio cresceu 19,6%, maior que o previsto e na Itália expandiu incríveis 42,1%.

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Nos EUA, o candidato Joe Biden divulgou plano econômico de US$ 700 bilhões calcado em compras de governo e investimentos. Já no grupo G-20, o Reino Unido é quem enfrenta a maior contração econômica e deve exigir novos programas de estímulos. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em Nova Iorque mostrava queda de 2,04%, com o barril cotado a US$ 38,81. O euro era transacionado em alta para US$ 1,13 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,58%. O ouro e a prata operavam em alta na Comex e commodities agrícolas com comportamento misto na Bolsa de Chicago.

Aqui, os fundos que se preocupam com meio ambiente tiveram ontem reunião com o vice Hamilton Mourão e cobraram comprometimento com o clima e mais dados, para retomada de investimentos. Hoje Mourão encontra investidores locais. A Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) aprovou plano de outorga para concessão da Ferrogrão.

A Fipe anunciou o IPC da primeira quadrissemana de julho em alta para 0,40% (anterior em 0,39%) e a FGV anunciou o IGP-M da primeira prévia de julho com elevação de 1,18%, contra anterior de 1,36%. Na agenda do dia, ainda teremos a inflação oficial de junho pelo IPCA que deve ter subido, e disso depende o comportamento dos juros dos DIs. Já a Bovespa pode tentar recuperar faixa de 100 mil pontos, mas vai precisar de ajuda externa com mercados melhores e o dólar deve ficar mais fraco.

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Alvaro Bandeira

Economista-chefe do Banco Digital Modalmais

Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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