Após três anos e mais de 7 milhões de mortes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta sexta-feira o fim da Covid-19 como emergência em saúde pública de importância internacional. O status de pandemia, entretanto, não se altera, já que o vírus se mantém disseminado globalmente.
De acordo com a líder técnica para Covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove, uma emergência em saúde pública de importância internacional é definida como um evento extraordinário que constitui risco de saúde pública para diversos países em razão da disseminação global de uma doença e que potencialmente exige uma resposta internacional coordenada.
“Essa definição indica que a situação é séria, repentina, pouco comum e inesperada, carrega implicações para a saúde pública que vão além das barreiras dos países afetados e pode exigir ações internacionais imediatas.”
Já a pandemia acontece quando um novo vírus afeta a população global.
“A ideia de declarar emergência em saúde pública de importância internacional, o mais alto nível de alerta da Organização Mundial da Saúde, é coordenar ações imediatas antes que a situação se torne ainda mais grave e potencialmente uma pandemia”, explicou a líder técnica.
“No caso da Covid-19, temos ambas as situações: uma emergência em saúde pública de importância internacional e também uma pandemia. Embora o diretor-geral tenha falado na capacidade do mundo de se unir para acabar com a emergência em nível global neste ano de 2023, podemos ainda seguir com a pandemia por um bom tempo porque esse vírus está aqui conosco para ficar. O que significa que temos que tomar ações, melhorar todo o nosso sistema para podermos reduzir o impacto da Covid-19 daqui para frente.”
Após declarar o fim da Covid-19 como emergência em saúde pública de importância internacional, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, avaliou que, se voltarmos a como as coisas eram antes do vírus, teremos falhado em aprender lições e falhado com as futuras gerações.
“Essa experiência deve mudar a todos nós para melhor. Deve nos tornar mais determinados para cumprir a missão que as nações tinham quando fundaram a OMS em 1948: o mais alto padrão possível de saúde para todas as pessoas”, destacou.
Durante coletiva de imprensa em Genebra, Tedros defendeu que os estados-membros da organização assumam o compromisso de não voltar ao que chamou de “velho ciclo de pânico e negligência” que deixou o mundo vulnerável. “Seguiremos em frente com o compromisso de enfrentar ameaças compartilhadas com uma resposta compartilhada”.
“Uma das maiores tragédias da Covid-19 é que não precisava ter sido assim. Temos as ferramentas e as tecnologias para nos prepararmos melhor para as pandemias, para detectá-las mais cedo, para responder a elas de forma mais rápida e para mitigar seu impacto.”
Em sua fala, o diretor-geral da OMS lembrou que, globalmente, a falta de equidade e de solidariedade entre os países fizeram com que essas ferramentas não fossem usadas com a eficácia correta, enquanto vidas que não deveriam ter sido perdidas se foram.
“Como comunidade global, o sofrimento que suportamos, as lições dolorosas que aprendemos, os investimentos que fizemos e as capacidades que construímos não devem ser desperdiçados. Devemos prometer a nós mesmos e a nossos filhos e netos que nunca mais cometeremos esses erros”.
Com informações da Agência Brasil