CPI das Bets ouve nesta terça e na quinta empresária e ex-apostador

Pesquisa aponta que 40% dos brasileiros aprovam publicidade de bets em eventos esportivos e a patrocínios de times de futebol

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Apostas esportivas (Foto: Joédson Alves/ABr)
Apostas esportivas (Foto: Joédson Alves/ABr)

Após retomar as atividades no dia 11 de março com depoimento do secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a CPI das Bets ouve mais dois depoentes nesta semana. Para esta terça, às 11h, está convocada a advogada Adélia de Jesus Soares, proprietária da Payflow Processadora de Pagamentos Ltda.

A convocação se deu a partir de requerimento da relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS). A parlamentar argumenta que advogada e empresária deve prestar esclarecimentos sobre seu indiciamento, pela Polícia Civil do Distrito Federal, pelos crimes de falsidade ideológica e associação criminosa.

“As investigações indicam que a referida advogada teria colaborado com uma organização estrangeira para estruturar e operar ilegalmente jogos de azar no território nacional, utilizando a empresa Playflow como fachada. Conforme apurado, a Playflow teria sido instrumentalizada para movimentações financeiras irregulares, com indícios de lavagem de dinheiro e transações realizadas em desacordo com as normas do Banco Central, mediante o uso de documentos inidôneos e mecanismos fraudulentos”, justifica a senadora.

De acordo com Soraya, a empresa é apontada como vinculada a outra sociedade sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, o que evidencia possível internacionalização das práticas ilícitas investigadas.

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Já para quinta, foi convidado a falar o empresário e ex-apostador André Holanda Rodrigues Rolim. Conforme requerimento apresentado pelo presidente da CPI, senador Dr. Hiran (PP-RR), Rolim seria um ludopata (dependente em jogos) em recuperação. Ele deve dar seu testemunho de ex-apostador e falará sobre os riscos que as apostas podem trazer para a saúde mental e financeira das pessoas.
“A ludopatia, ou jogo patológico, representa crescente perigo no contexto das apostas esportivas, especialmente com a facilidade de acesso às plataformas on-line. Essa condição, reconhecida como um transtorno mental, pode levar a consequências devastadoras para a vida do indivíduo e seus familiares”, justifica Dr. Hiran.

Para o senador, a falta de mecanismos eficazes de proteção aos consumidores – incluindo a implementação de limites para apostas, a promoção de campanhas de conscientização sobre os riscos do jogo e a oferta de suporte e tratamento aos indivíduos dependentes em jogo – fazem com que cresça a dependência em jogos de azar on-line.

Por outro lado, levantamento realizado pela Agência Virta, em parceria com o Instituto QualiBest, aponta que cerca de quatro em cada 10 entrevistados (40%) considera como positivas, favoráveis e necessárias as propagandas das bets em eventos esportivos e os patrocínios das casas de apostas a times de futebol. Para 30%, essas ações não têm impacto positivo nem negativo, enquanto 20% acreditam que são muito prejudiciais ao esporte.

A pesquisa mostra que as plataformas mais reconhecidas pelos entrevistados são Betano (61%), Bet365 (51%), bet Nacional (48%), Esporte da Sorte (42%) e Vai de Bet (40%). Já entre os que jogam, as mais utilizadas são Betano (40%), Bet365 (33%) e Esporte da Sorte (21%).

No que diz respeito às motivações para apostar, o principal fator apontado pelos entrevistados é o ganho financeiro (72%). Outras razões incluem a diversão e o entretenimento (42%), além do desejo de testar os conhecimentos esportivos (29%). O estudo ouviu 824 pessoas de todos os 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal.

Quanto às fontes de informação sobre apostas, o estudo aponta que, entre os que jogam, 55% utilizam as redes sociais – como Instagram, YouTube, Facebook e TikTok – como principal meio de consulta. Outras fontes incluem amigos e conhecidos (35%), propagandas na internet (31%) e rádio e TV (24%).

Outro dado importante apresentado na pesquisa refere-se à influência da publicidade na escolha de uma plataforma. Os pontos mais relevantes na comunicação das marcas são a clareza das informações (58%) e a reputação e confiabilidade da plataforma (50%).

Os entrevistados também responderam sobre como avaliam a presença de influenciadores infantis nas publicidades das bets. Segundo o levantamento, mais da metade (51%) fica muito incomodada com a participação de digital influencers. Já 21% se incomodam pouco com essa situação. Outros 16% veem como algo normal.

O levantamento revela que, entre os 46% dos respondentes que jogam, os principais fatores para a escolha da plataforma são a rapidez nos pagamentos e retiradas (38%), a segurança e privacidade dos dados dos usuários, além das operações regulamentadas no Brasil (31%).

A pesquisa mostra que, entre todos os entrevistados, aspectos como a proteção de dados pessoais e financeiros (59%), a licença de operação por um órgão regulador confiável, e sistemas antifraude (48%), além da transparência nas políticas de uso e termos (46%), são considerados os mais importantes para garantir a segurança dos usuários das plataformas de apostas.

Com informações da Agência Senado

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