CPI de outubro nos EUA fica no zero a zero

CPI de outubro fica em 0% em outubro, abaixo das previsões, e ajuda a levantar os mercados financeiros no mundo

40
Liquidação em loja nos EUA (foto Xinhua)
Liquidação em loja nos EUA (foto Xinhua)

O Índice de Preços ao Consumidor – CPI de outubro nos Estados Unidos ficou estável. Em base anual, variou 3,2%, frente a 3,7% em setembro. O Núcleo do CPI teve alta de 0,2% frente ao 0,3% de setembro. Na comparação anual, o núcleo subiu 4%, ante 4,1% em setembro.

Os números vieram um pouco melhores do que esperava o mercado financeiro, que apostava em alta de 0,1 ponto percentual em todos os índices divulgados.

O resultado animou os mercados, que especulam que a retração na inflação pode levar o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) a baixar os juros antes do esperado.

O indicador S&P 500 acelerou para uma alta de 2,06%, para 4.502,29 pontos, após abrir 4,458,97 pontos. A Bolsa de Valores brasileira (B3) abriu em alta, que se acelerou após a divulgação dos dados norte-americanos pelo Bureau of Labor Statistics. Às 13h30, o Índice Bovespa subia 2,37%, para 123.259,98 pontos. O dólar comercial era negociado a R$ 4,8651.

Espaço Publicitáriocnseg

A queda de juros no Brasil e nos EUA, bem como a diminuição da inflação no mundo todo, ajuda a abrir o apetite do investidor por risco, afirma o economista Volnei Eyng, CEO da Multiplike.

“Com a inflação vindo abaixo do esperado, o mercado financeiro sempre se antecipa, e o investidor deve correr, neste momento, para se posicionar em renda variável antes que o setor volte a ficar caro”, destaca Eyng, acrescentando que os EUA estão mais atrasados no corte de juros em relação ao Brasil.

“Ainda assim, o investidor deve tomar cuidado, neste momento, com empresas que estão alavancadas e com endividamento alto”, frisa Eyng, complementando que para os próximos seis a oito meses à frente, o Brasil poderá ver uma retomada bem alta de investimento.

Juros recuam

João Romar, chefe de Internacional da InvestSmart XP, explica que a maior contribuição de queda para o CPI foi da gasolina, que apresentou redução de 5% durante o período, compensando o aumento no índice de habitação e de alimentos.

“Esse dado positivo de inflação reforçou as expectativas de que o Banco Central dos EUA não precisará aumentar mais a taxa de juros. Assim, a reação positiva do mercado foi instantânea. Os juros de 10 anos do tesouro americano apresentam queda de 3,63% no dia, apresentando uma rentabilidade de 4,5%, frente a abertura de 4,65%.”

A curva de juros brasileira também reagiu a menor pressão exterior e apresenta queda em todos os vértices. “Vale ressaltar, as expectativas de inflação nos Estados Unidos continuam desancoradas da meta de longo prazo de 2%, o que tende a pressionar os dirigentes do Fed a manter o tom duro em relação a política monetária”, afirma Romar.

Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Michigan, as expectativas de inflação para um ano à frente aumentaram de 3,2% em setembro para 4,2% em outubro, e as expectativas de inflação a 5 anos aumentaram de 2,8% em setembro para 3% em outubro.

CPI de outubro deve favorecer investimentos no exterior

Para Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital, a queda dos juros abre, de fato, o apetite por mais risco do lado do investidor. Ele explica que aplicações financeiras com retornos atrelados à taxa básica de juros são tidas pelos investidores como o custo de oportunidade de seus investimentos.

O especialista ressalta, ainda, que nos EUA a taxa de juros tem se mantido estável no mesmo patamar 5,25%–5,50% desde julho, no entanto, a ata da última decisão do Banco Central Americano não trouxe nenhum indicativo de que uma redução nessa taxa está em discussão nesse momento, uma vez que os dados de inflação e atividade econômica aquecida continuam ditando o tom no mercado norte-americano.

Vasconcellos menciona que, neste cenário, o setor de energia renovável – que integra o segmento de infraestrutura – se torna bastante atrativo, bem como fundos multimercado desancorados do CDI, fundos de Venture Capital, ações, entre outros. “Isso porque suas relações risco/retorno ficam mais atrativas quando comparadas à renda fixa”, indica.

Jaqueline Neo, chefe na be. smart Câmbio, afirma que se o dólar continuar baixo, investir em ativos estrangeiros se torna mais atraente. “Se você está considerando diversificar sua carteira de investimentos ou adquirir ativos em moedas estrangeiras, esta é uma oportunidade para fazê-lo com custos potencialmente mais baixos”, analisa.

Matéria atualizada às 15h08 para inclusão de análise de João Romar

Leia também:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui