CPI de setembro teve leitura em linha com o esperado

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Bottom line – O índice de inflação (CPI) de setembro teve leitura em linha com o esperado pelo mercado, avançando 0,2% no mês (menor ritmo em quatro meses).

A pressão observada está concentrada em veículos usados (como já registrado no mês anterior), o que representa 2,7% no índice. Já itens relevantes como moradia (33%) mantêm dinâmica benigna.

Para efeitos de política monetária, o Fed segue em posição tranquila quanto ao CPI e, consequentemente, quanto ao PCE.

 

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Comentários: – O índice de inflação (CPI) de setembro teve leitura em linha com o esperado pelo mercado, avançando 0,2% no mês (menor ritmo em quatro meses). A inflação subjacente (core) também evoluiu conforme o esperado, avançando 0,19% no mês.

Com isso, as leituras %YoY ficaram em 1,41% e 1,73% (idêntico ao anterior) para o headline e o subjacente, respectivamente.

Por dentro das aberturas, os bens subjacentes arrefeceram seu ritmo de crescimento mensal, avançando 0,78% no mês. Ainda assim o índice está consideravelmente acima do que prevaleceu ao longo da última década. Contribuiu para o arrefecimento deste componente a queda no preço de vestuários (-0,45% no mês). Em contrapartida, veículos usados seguem acelerando e subiram impressionantes 6,7% no mês, chegando a +10,27% YoY. A variação deste item representa mais de 100% do CPI subjacente no mês.

Já a inflação de serviços subjacentes ficou em 0% no mês e em 1,91% no YoY. Esta é a menor leitura de serviços (%YoY) desde 2011. Por dentro, vemos continua perda de dinamismo em moradia, que tem avanço de somente 0,06% no mês e desacelera para 2,05% no YoY.

Como apontamos anteriormente, a defasagem entre o desemprego e este grupo sugere que os preços serão ainda mais pressionados para baixo na virada do ano.

Finalmente, a inflação de transportes arrefeceu como esperado, registrando leitura negativa após três meses consecutivos de aceleração. Especificamente, transporte aéreo registrou queda de -1,98% após 1,23% no mês passado e 5,43% no mês anterior.

O QoQ anualizado começa a arrefecer e, na medida em que esperamos normalização da dinâmica de preços nos grupos, a expectativa à frente é que este índice perca a distorção vista atualmente.

Em suma, como colocamos no mês anterior, vemos a normalização de alguns itens (especificamente transportes), enquanto a inflação de moradia (33% da cesta) continua dando sinais de arrefecimento (em linha com nossa expectativa). Para frente, esperamos também normalização da inflação de bens subjacentes.

A pressão observada está concentrada em veículos usados (como já registrado no mês anterior), o que representa 2,7% no índice. Já itens relevantes como moradia (33%) mantêm dinâmica benigna.

Para efeitos de política monetária, o Fed segue em posição tranquila quanto ao CPI e, consequentemente, quanto ao PCE.

 

NFIB – Comentários – O índice NFIB de setembro veio acima do esperado pelo mercado em 104 (esperado: 100,9; anterior: 100,2). Esta é a maior leitura desde fevereiro deste ano e reforça a recuperação da economia norte-americana após a Covid-19.

O avanço foi sustentado por higher selling prices, reforçando a tese de normalização da inflação na sequência do choque do segundo trimestre. Em termos de mercado de trabalho, job openings hard to fill subiu três pontos para 36, enquanto plan to hire avançou pelo quinto mês consecutivo para 23.

Note-se que good time to expand permance em patamar abaixo do que prevaleceu ao longo de todo o governo Trump, sugerindo que a incerteza ainda é um fator relevante no cenário.

O NFIB mostra manutenção da recuperação da economia americana, com normalização recorrente na sequência do choque da Covid. Para o restante do ano os principais riscos a serem monitorados são as eleições e a perspectiva de novos estímulos fiscais.

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Felipe Sichel

Estrategista-chefe do Banco Digital Modalmais

Fonte: www.modalmais.com.br

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