Crédito Imobiliário com poupança recua 9,1% no 1º semestre

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Os financiamentos imobiliários com recursos da poupança (SBPE) totalizaram R$ 20,6 bilhões no primeiro semestre deste ano, montante 9,1% inferior ao registrado em igual intervalo de 2016, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Levando em conta apenas o funding do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), foi vista alta de 0,2% no primeiro semestre ante um ano antes, para R$ 31,1 bilhões. Somados, os dois segmentos encolheram 3,7%, totalizando R$ 51,7 bilhões em relação aos R$ 53,6 bilhões registrados de janeiro a junho do exercício passado.

Foram financiadas, com recursos das cadernetas de poupança, 82,5 unidades entre aquisições e construções no período, recuo de 17,9% em relação à primeira metade de 2016, quando 100,5 mil imóveis foram financiados. Apenas em junho, conforme a Abecip, o montante de financiamento imobiliário alcançou R$ 3,8 bilhões, alta de 6,5% em relação a maio, mas retração de 11,1% no período de um ano. A quantidade de imóveis financiados no mês passado subiu 5,7% e recuou 22%, nas mesmas bases de comparações, para 15,4 mil unidades.

“O primeiro semestre foi ruim. Esperamos decrescimento menor ou ao menos empate com o ano passado e isso não aconteceu, mas o patamar de empréstimos continuou interessante”, disse o presidente da Abecip, Gilberto Abreu, em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira, lembrando que as empresas estão em um ritmo menor de construção de novos empreendimentos após um ciclo de elevados estoques.

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Diante desse desempenho, a Abecip resolveu revisar para baixo a projeção esperada para este ano. De alta de 5%, considerando empréstimos com recursos das cadernetas, para queda de 3,5%, com um total de R$ 45 bilhões.

Já as linhas que usam funding do FGTS devem crescer 4,1%, contra projeção anterior de declínio de 1,5%, para R$ 72 bilhões. Juntos, os dois segmentos devem ter alta de 1,0% em 2017 ante o ano anterior, totalizando R$ 117 bilhões, conforme as projeções da Abecip.

“Não estamos vendo ainda ciclo de crescimento na economia, mas estamos saindo do vale, do pior momento. A expectativa de melhora no primeiro semestre não aconteceu, mas há sinais de inflexão de que vamos voltar a crescer com novas bases”, destacou Abreu.

 

Captação Líquida

 

Em junho, pela segunda vez no ano, os depósitos nas cadernetas de poupança superaram os saques, resultando em captação líquida positiva de R$ 4,87 bilhões. Cabe ressaltar que o resultado desse mês se mostrou muito expressivo frente ao registrado em igual período de 2016 (-R$ 2,79 bilhões).

Entre janeiro e junho de 2017, a captação líquida de poupança dos agentes do SBPE ficou negativa em R$ 8,2 bilhões, o que significa melhora comparativamente aos saques de R$ 34,7 bilhões em igual período do ano passado.

Ao que tudo indica, o cenário macroeconômico de queda da inflação e redução da Selic já pode estar impactando o comportamento dos depositantes. Nesse sentido, observa-se um avanço importante no desempenho da poupança nos dois primeiros trimestres deste ano. No primeiro trimestre, a captação líquida havia ficado negativa em R$ 12,7 bilhões, resultado que se elevou para +R$ 4,6 bilhões no segundo trimestre.

A Selic iniciou 2017 no patamar de 13,75% ao ano e fechou o semestre em 10,25%, redução extremamente importante para a competitividade da poupança frente às aplicações referenciadas em renda fixa. A queda da inflação e a redução de juros contribuem para ampliar a disponibilidade de recursos da sociedade para diversos fins, inclusive poupar.

Caso se confirmem as expectativas divulgadas no Boletim Focus/BC, ou seja, de continuidade das melhorias no quadro macroeconômico no segundo semestre, as cadernetas poderão se beneficiar mais acentuadamente na segunda metade de 2017.

Os bons resultados das cadernetas, especialmente em maio e junho, levaram o saldo aplicado nas contas de poupança SBPE a crescer 6,5% em relação a junho do ano passado, atingindo R$ 525,4 bilhões.

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