Cresce a aceitação de cartões em 2015

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A Boanerges e Cia., consultoria especializada em varejo financeiro, realizou um estudo que aponta um crescimento na rede de aceitação de cartões de débito e crédito no Brasil. Baseada nas estatísticas de pagamentos de varejo e cartões, divulgadas pelo Banco Central, em 6 de julho, a consultoria calculou a quantidade de POS (máquina de cartões, na sigla em inglês – Point of Sale) e PDVs (Pontos de Venda) a cada mil habitantes, relacionando à renda per capita de cada estado.

O resultado apontou que a cobertura das redes de credenciamento no Brasil passou de 24,8 maquininhas por mil habitantes em 2014 para 25,2 em 2015; a maior aceitação em 2015 foi registrada no Estado de São Paulo, onde há 38,5 maquininhas por mil habitantes; a menor, no Maranhão, com apenas 8,2; e há uma correlação muito forte entre o grau de aceitação e a renda per capita (o coeficiente é de 0,94).

São Paulo, por exemplo, tem a maior renda per capita do país (R$ 1.482) e a maior cobertura de aceitação de cartões (38,5 maquininhas por mil habitantes). O Maranhão, com a menor renda per capita do país (R$ 509), é também o estado onde a cobertura é menor (8,2 maquininhas por mil habitantes); o maior crescimento do número de maquininhas por mil habitantes em 2015 foi registrado em Rondônia (+13,3%), seguido por Mato Grosso (+12,1%) e Tocantins (+10,3%). Na outra ponta, os maiores recuos foram observados na Paraíba (-9,2%), no Rio Grande do Norte (-6,1%) e em Alagoas (-4,4%).

Segundo o BC, o número de POS’s em todo o Brasil atingiu 4,538 milhões em 2015, enquanto a quantidade de PDV’s atingiu 623 mil. Considerando as estimativas populacionais elaboradas pelo IBGE, a cobertura das redes de credenciamento passou de 24,8 maquininhas por mil habitantes em 2014 para 25,2 em 2015. Os números sugerem que a aceitação de cartões segue crescendo, a despeito da crise, mas a um ritmo menor (+1,7%) do que o observado em 2014 (+12,1%), 2013 (+4,8%) e 2012 (+15,6%), por exemplo.

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Na avaliação por estado, a maior aceitação em 2015 foi registrada em São Paulo, onde há 38,5 maquininhas por mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (32,7), Rio Grande do Sul (32,6), Espírito Santo e Paraná (ambos com 29,2).

A menor cobertura, por outro lado, foi registrada no Maranhão, onde há 8,2 maquininhas por mil habitantes. Piauí aparece em segundo lugar no ranking crescente (9,6), seguido por Pará (10,5) e Amazonas (12,3).

Para tentar explicar a grande diferença no grau de cobertura entre os estados brasileiros, a Boanerges & Cia. cruzou os dados de maquininhas por mil habitantes com as informações de rendimento nominal mensal domiciliar per capita da população residente em 2015, segundo dados do IBGE.

Há uma correlação muito forte entre o grau de aceitação e a renda per capita (o coeficiente de correlação é de 0,94). Além disso, de acordo com o resultado da regressão linear, a renda per capita explica 88,6% da diferença no grau de aceitação entre os estados.

São Paulo tem a maior renda per capita do país (R$ 1.482) e a maior cobertura de aceitação de cartões (38,5 maquininhas por mil habitantes). No Mato Grosso do Sul, onde a renda per capita é de R$ 1.045, há 27,7 maquininhas por mil habitantes. O Maranhão, com a menor renda per capita do país (R$ 509), é também o estado onde a cobertura é a menor.

Assim, de acordo com a consultoria, a baixa renda aparece como um dos principais obstáculos para a expansão da aceitação dos cartões, que trazem maior praticidade e segurança para consumidores e lojistas, além de facilitar a fiscalização e a arrecadação de impostos por parte da Receita Federal. Segundo Vitor França, consultor da Boanerges & Cia. responsável pelo estudo, a renda está relacionada diretamente ao consumo e à bancarização. A população mais pobre, de maneira geral, tem menor acesso a produtos bancários, como cartões, por exemplo. Em regiões com menor renda, portanto, além de o consumo ser menor, menos consumidores utilizam cartão, o que desestimula o credenciamento de estabelecimentos.

O consultor, porém, chama atenção ao fato de que, como os principais emissores de cartão do país são sócios ou donos das principais credenciadoras, é mais fácil buscar soluções coordenadas para expandir a aceitação de cartões. Além disso, dada a relevância dos programas sociais do Governo Federal na economia das regiões mais pobres, buscar maior integração entre as transferências de renda, os meios de pagamento e as redes de credenciamento pode gerar resultados positivos para consumidores e lojistas, além de maior controle e transparência por parte do governo.

O levantamento analisou, ainda, a expansão da cobertura entre 2014 e 2015 e notou que o maior crescimento do número de maquininhas por mil habitantes foi registrado em Rondônia (+13,3%), seguido por Mato Grosso (+12,1%) e Tocantins (+10,3%). Na outra ponta, os maiores recuos foram observados na Paraíba (-9,2%), no Rio Grande do Norte (-6,1%) e em Alagoas (-4,4%).

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