Cresce número de empresas com benefícios para pais e mães no Brasil

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Mães jovens (foto divulgação)
Mães jovens (foto divulgação)

Toda empresa tem potencial de ser aliada da primeira infância. No entanto, ainda falta engajamento e entendimento da importância desta causa. A Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal desenvolveu em conjunto com o instituto Great Place to Work (GPTW) o ranking Melhores Empresas na Atenção à Primeira Infância, para medir quão amigáveis as empresas são com os colaboradores e seus filhos/as.

Nesta semana, o GPTW anunciou os vencedores da terceira edição do Ranking – o anúncio é feito anualmente desde 2019. Em 2021, a premiação contou com 84 empresas inscritas e elegeu como vencedoras, respectivamente: Take Distribuidora, Cisco, Accenture do Brasil, Eurofarma Laboratórios S/A e IBM Brasil.

São avaliados os benefícios fornecidos por corporações, entre eles a licença maternidade estendida (mínimo de 180 dias), licença paternidade estendida (mínimo 20 dias), auxílio-creche para pais e mães e lactário no ambiente de trabalho. As empresas ainda precisaram atender alguns critérios prévios, como ter no mínimo 30 funcionários, ser certificada pelo GPTW no último ano e responder ao questionário 1ª Infância 2021.

As cinco companhias vencedoras apresentaram sala de lactação permanente e dedicada exclusivamente para este uso, licença para cuidar de uma criança ou um parente que está doente e licença maternidade/paternidade a famílias homoafetivas. Além disso, eles oferecem, em média, seis meses de licença maternidade e 26 dias de licença paternidade. 40% delas também oferecem creches ou berçários para filhos de funcionários no local de trabalho ou nas proximidades.

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O GPTW 2021 também mostra uma evolução no que diz respeito às boas práticas para a primeira infância nas 110 melhores empresas. Passou de 42% para 52% o índice de empresas que oferece licença paternidade estendida (20 dias ou mais), 36% para 41% a quantidade de inscritos que tinham sala lactação e de 16% para 17% o índice que oferece creches ou berçários para filhos de funcionários. Fora isso, todas elas oferecem licença Maternidade/Paternidade para famílias homoafetivas.

Apesar dos avanços, o ranking ainda mostra uma disparidade das cinco empresas premiadas em relação às demais. A licença maternidade média não aumenta desde 2019 (cinco meses). Já a média de licença paternidade no grupo das cinco melhores é de 26 dias x 17 dias no grupo das 110 melhores empresas.

“Nestes três anos em que fazemos o ranking, há avanços e nós temos que comemorá-los”, defende Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. Para a executiva, no entanto, ainda há muito o que crescer. “Quando olhamos para o índice de empresas que oferecem itens básicos, como creches ou berçários, por exemplo, apesar de mostrar evolução, os números são baixíssimos, com apenas 17%, completa.

Dados do IBGE apontam que, ao investir na primeira infância, as companhias impactam diretamente 102 milhões de pessoas – quase metade da população brasileira. Se as empresas ampliarem as ações para além de seus muros e envolverem toda a cadeia produtiva, elas atingem uma parcela ainda maior de pessoas.

Mariana Luz defende que garantir um ambiente de apoio às famílias com filhos na primeira infância, com compreensão e acolhimento às necessidades das famílias, ajuda a construir uma sociedade mais justa e responsável, com ganhos para todas as partes envolvidas.

“As empresas têm o papel de contribuir para essa mudança de cultura, que beneficiaria as crianças, por terem seus pais mais perto; as mulheres, por não terem todo o peso em cima delas; os homens, por poderem participar do desenvolvimento de seus filhos; e, claro, as empresas, veem aumentar a satisfação, o engajamento e a produtividade de seus funcionários, defende a executiva.

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