Crescimento em móveis, eletros e informática alavancou comércio em março

Varejo físico brasileiro teve alta de 0,1% no período; apesar disso, preços dos eletroeletrônicos apresentaram variação anual negativa

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Comércio de eletrodomésticos da linha branca, geladeiras (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Comércio de eletrodomésticos da linha branca, geladeiras (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian registrou crescimento de 0,1% em março quando comparado ao mês anterior. Essa alta foi puxada pelo setor de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informática, que apresentou crescimento de 1,3% no período. Em sequência estava o segmento de combustíveis e lubrificantes, com aumento de 0,8%. Os setores de veículos, motos e peças e supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas registraram queda de -2,8% e -0,6%, respectivamente.

“Com a inflação elevada, a tendência é de maior seletividade no consumo das famílias. O impacto é ainda mais acentuado nos segmentos que dependem de financiamento devido à elevação da taxa de juros. O comércio crescerá em ritmo mais moderado em 2025”, avalia a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack.

No comparativo entre março deste ano e o mesmo mês de 2024, o crescimento da atividade do comércio físico foi de 4,9%.

Nesse cenário, foi o setor de veículos, motos e peças que teve a maior expansão (8,9%), seguido por material de construção (8,6%), combustíveis e lubrificantes (6,8%), móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informática (4,2%), tecidos, vestuário, calçados e acessórios (3,6%) e supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (1,7%).

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Já de acordo com o Índice de Preços da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe)/Buscapé, os preços dos produtos eletroeletrônicos vendidos no e-commerce brasileiro registraram uma queda anual de 2,3% em março. Após uma estabilização das quedas anuais nos três meses anteriores, esta queda dá continuidade à tendência de redução observada desde abril de 2024. Dada a importância do câmbio para a formação de preços do setor, esse movimento reflete a valorização do dólar, que foi de 15% no período anual terminado em março de 2025, mas chegou a 23% em janeiro.

Sérgio Crispim, pesquisador da Fipe, comenta que o impacto do câmbio nos preços do setor é significativo.

“Sobretudo em segmentos com maior dependência de insumos importados, a valorização do dólar pressiona os custos, o que acaba influenciando diretamente o comportamento dos preços ao consumidor final. Nos últimos três meses, observamos oscilações cambiais que, somadas ao recente movimento de alta generalizada dos preços, e instabilidade no sistema de tarifas globais, dificultam prever o comportamento do índice nos próximos meses”, afirma.

Em março, o Índice Fipe/Buscapé teve queda mensal de -0,480%, praticamente idêntica à queda de -0,478% verificada em fevereiro de 2025. Na série de 39 meses do indicador, houve aumento de preços em apenas nove meses, sendo que quatro desses aumentos ocorreram nos últimos sete meses, também refletindo a pressão do câmbio sobre os preços do segmento.

Apenas quatro categorias tiveram aumento de preço no período anual de março de 2025 em comparação a março 2024: impressora (3,8%), notebook (2,4%), ar-condicionado (0,5%) e fogão (0,1%). Entre as que tiveram queda, destacaram-se: fritadeira elétrica (-11,1%), TV (-5,1%), fone de ouvido/headset (-4,9%) e celulares (-4,4%).

O grupo de eletrodomésticos foi bastante influenciado pelo aumento anual de 0,52% nos preços dos aparelhos de ar condicionado, após três meses de queda. Apesar da variação anual positiva, os preços desses produtos tiveram queda mensal de -0,23% em março de 2025.

O grupo informática segue sendo um dos mais impactados pela valorização do dólar e, após o pico de queda anual de -13,1% em novembro 2023, vem apresentando uma tendência de quedas decrescentes chegando às variações anuais positivas de 1,0% em janeiro, 0,3% em fevereiro e 1,4% em março de 2025. Essa tendência tem ocorrido na maioria das categorias de produtos do grupo e, mais particularmente, em notebook e impressora, que tiveram variações anuais de 2,4% e 3,8% no período, respectivamente.

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