Crescimento do Pix segue acelerado, mas boatos recentes afetam credibilidade

Para especialista, determinação do BC de excluir contas com chave Pix de CPFs inválidos ou de CNPJs inativos amplia muito a segurança do meio de pagamento

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Pix (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
Pix (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

Lançado oficialmente em 2020, o Pix, em poucos anos, tornou-se o método mais utilizado no país, superando cartões, boletos e transferências tradicionais. Atualmente, 76,4% da população já utiliza a ferramenta, segundo dados do próprio BC. No último ano, movimentou R$ 26,4 trilhões, consolidando-se como peça-chave na digitalização das transações financeiras.

Apesar do sucesso, recentes desinformações sobre uma possível taxação geraram instabilidade no mercado e impactaram diretamente a adoção do serviço. Na primeira quinzena de janeiro de 2025, foram realizadas 2,29 bilhões de operações, totalizando R$ 920 bilhões, uma queda de 15,3% em relação ao mesmo período de dezembro de 2024. No entanto, a segunda metade do mês mostrou recuperação, com 1,92 bilhão de transações registradas.

Para Luiz Guardieiro, Diretor de Receitas da Portão 3 (P3), o Brasil teve uma vantagem estratégica ao adotar um sistema unificado regulado pelo Banco Central.

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“Nos EUA, por exemplo, cada estado tem suas próprias regras, dificultando a adoção de um sistema nacional. Em Portugal, a iniciativa partiu de uma empresa privada. Por aqui, a implementação centralizada ajudou na rápida popularização da tecnologia. Essa inovação mudou completamente a relação das pessoas com o sistema financeiro, democratizando o acesso e tornando os pagamentos mais ágeis e acessíveis”, afirma.

Já para o especialista em Cibersegurança Marino Catarino, professor da Faculdade ESEG, do Grupo Etapa, “o Pix tornou-se uma das melhores formas de se lidar com transações financeiras no Brasil, em contrapartida a propensão de atrair golpes utilizando este meio aumentou muito. A determinação do Banco Central, de excluir contas com chave Pix de CPFs inválidos ou de CNPJs inativos amplia muito a segurança do uso deste meio de pagamento. Antes era possível usar um CNPJ suspenso como chave para um Pix associado a uma conta de pessoa física, agora com a medida isso não ocorrerá mais.”

“É a história da evolução, primeiro inventaram a porta para depois ver a necessidade e criar o trinco. O mesmo ocorreu com o Pix, primeiro criou-se a forma de transferência de valores para depois desenvolver a aplicação de travas de segurança. É importante ressaltar que esta mudança não garante que toda chave e transação Pix vai ser válida, mas sim que o uso indevido de CPFs e CNPJs deixarão de funcionar’, comenta

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