Criação de empregos formais contrasta com dados do IBGE

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Fila de emprego (Foto: Rovena Rosa/ABr)
Fila de emprego (Foto: Rovena Rosa/ABr)

O governo está comemorando a criação de 309.114 postos de trabalho em junho, resultado de 1.601.001 admissões e de 1.291.887 desligamentos de empregos com carteira assinada. No acumulado de 2021, o saldo positivo é de 1.536.717 novos trabalhadores no mercado formal. O estoque de empregos formais no país, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, chegou a 40.899.685, em junho, uma variação de 0,76% em relação ao mês anterior. Os dados divulgados nesta quinta-feira são do Ministério da Economia e constam das Estatísticas Mensais do Emprego Formal, o Novo Caged.

Mas o Novo Caged não esclarece porque a desigualdade e a precarização se apresentam com 10 milhões de assalariados sem carteira de trabalho assinada, e que trabalham na ilegalidade. Nos cerca de 24 milhões trabalhadores por conta própria, a grande maioria não tem proteção laboral e previdenciária. Dos outros 5 milhões de trabalhadores e trabalhadoras domésticas, a maioria está na informalidade.

Cerca de 40% de 86 milhões de ocupados estão na informalidade. Entre os empregados, o IBGE estima que mais de 7 milhões estão subocupados porque têm jornada de trabalho parcial, portanto inferior àquela que gostaria de trabalhar e para a qual estão disponíveis, traz ainda o levantamento do ex-diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.

Em um ano, 377 trabalhadores perderam o emprego por hora no Brasil. O auge foi em agosto de 2020, período mais crítico da pandemia, com a perda de 1.366 empregos por hora. Este número foi levantado pela consultoria IDados, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, do mês de abril deste ano.

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Para presidente de CUT, Sérgio Nobre, essa tragédia é resultado da política econômica do governo de Jair Bolsonaro, da falta de investimentos público e da precarização dos empregos. “O governo Bolsonaro desmontou instrumentos de desenvolvimento do país e a iniciativa privada não tem, historicamente, condições de exercer o papel de indutor da economia, como quer Guedes e Bolsonaro”, ressalta.

A taxa de desemprego ultrapassa 14,7%, o dobro da taxa verificada em 2013 (governo Dilma) que estava em torno 7%. Portanto, há hoje cerca de 15 milhões de pessoas que ativamente procuram um emprego, quase 8 milhões a mais do que havia em 2013, de acordo com um levantamento do ex-diretor técnico do Dieese e atual assessor do Fórum das Centrais Sindicais, que a CUT faz parte, Clemente Ganz Lúcio.

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