Criptomoedas: como investir de maneira correta e evitar fraudes

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Bitcoin (Foto: divulgação)
Bitcoin (Foto: divulgação)

Notícias sobre golpes envolvendo criptomoedas têm estampado os noticiários policiais de forma recorrente nos últimos anos. Como a mais recente que envolveu dois famosos jogadores de futebol, que ao que parece, tiveram prejuízos superiores a R$ 6 milhões após caírem num golpe de aparente pirâmide financeira.

Mas as notícias insistem em categorizar de forma equivocada esses acontecimentos, pois na maioria deles – para não dizer em todos – não se pode associar as criptomoedas ao golpe sem antes analisar a maneira como o dinheiro foi repassado aos golpistas e como o crime ocorreu. E isso não vale apenas para as criptomoedas, mas para ações, fundos imobiliários e quaisquer outras transações semelhantes.

Primeiro, é necessário deixar claro que o seu dinheiro nunca (nunca mesmo!) deve ser transferido para terceiros (pessoa física), conhecidos ou não.

Segundo, qualquer tipo de transação financeira de investimento (seja em criptos, seja em ações ou fundos imobiliários), deve envolver diretamente um banco, uma corretora ou uma empresa similar de investimento.

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Terceiro, para investir, você deve abrir formalmente uma conta em uma dessas instituições citadas, enviando seus documentos, recebendo senhas de acesso etc.

Quarto, após sua conta ser aberta, o envio do dinheiro da sua conta-corrente para a conta de investimento deve respeitar sempre o mesmo CPF, ou seja, você não pode enviar dinheiro para um terceiro e este não pode enviar dinheiro para você.

São regras estipuladas pelos nossos órgãos de controle, como a Receita Federal e o Banco Central. E por fim, se o investimento for em criptos, você nunca deve deixar suas moedas na corretora (Exchange), pois a maior vantagem de criptomoedas é a possibilidade de deixá-las em uma wallet física.

Com relação aos criptoativos, vale destacar que a principal criptomoeda do mercado, o bitcoin (BTC), criada inicialmente como uma espécie de dinheiro digital destinado a compras de equipamentos em plataformas de games e jogos, nunca apresentou um indício sequer de fraude ou fragilidade em sua plataforma de controle. São 15 anos de testes e tentativas incessantes de quebrar o sistema de criptografia e controle da blockchain da criptomoeda mais valiosa do mundo, o que só reafirma a segurança e invulnerabilidade de seu sistema de contagem e comprovação de transações diretas.

E por ser uma alternativa viável, segura e paralela ao sistema bancário tradicional – já que no sistema de transações com BTC os usuários não precisam de intermediários – nada mais compreensível que existam especulações e desconfiança, como ocorre com tudo o que é novo.

E é justamente aí que os criminosos se aproveitam: eles se valem do desconhecimento da população para fazer promessas mirabolantes com o objetivo de receber o dinheiro do investidor, o que fere a primeira regra mencionada há alguns parágrafos acima.

Os golpistas geralmente se passam por “traders” experientes e bem-sucedidos. Com isso acabam ludibriando a vítima que, crente na possibilidade de ganhos significativos, acaba transferindo seu dinheiro ao criminoso. Enviado o dinheiro, a chance de sofrer um golpe é enorme.

Por isso, lembrem-se: nunca envie dinheiro para terceiros. Faça suas transações sempre por meio de uma corretora.

Para dar mais segurança a sua transação, uma dica é pesquisar na internet quais são as melhores corretoras de criptomoedas existentes. Certamente, nessa pesquisa, irão se destacar nomes como Binance, Coinbase, Kraken e Crypto.com.

A Binance, por exemplo, possuidora de score 9.9 pela plataforma Coinmarketcap, é detentora de um capital superior a R$ 80 bilhões em cripto ativos. Seu CEO, Changpeng Zhao (ou CZ), que tem fortuna avaliada em U$ 1,9 bilhão, ocupa atualmente o 5º lugar da lista de maiores bilionários de criptoativos da revista Forbes.

Mesmo assim, como um banco ou qualquer outra instituição financeira, corretoras de criptos podem “quebrar”. E é justamente aí que está a maior vantagem do investidor cripto, que é a preservação particular de suas moedas em uma wallet física, como a Trezor, a Ledger ou a SecuX.

Quando um banco “quebra”, ele leva embora o dinheiro de seus correntistas, pois ninguém mais guarda dinheiro em casa. Já quando a “quebra” é de uma corretora de criptoativos, só perdem dinheiro os usuários que mantêm nela o seu capital. Os que possuem wallets não são afetados de nenhuma forma pela derrocada da exchange.

Por isso, ter uma wallet é fundamental, pois nela o usuário vai guardar com segurança uma quantidade (quase) infinita de criptomoedas, que podem ser transacionadas em qualquer corretora, de qualquer lugar no mundo.

No Brasil, existem muitas corretoras seguras, inclusive vinculadas a grandes bancos. Se usadas apenas como mecanismo de transação pelo cliente, a segurança é a mesma de qualquer outra corretora do mundo.

Por isso, quando for investir em criptos, abra uma conta numa corretora, envie dinheiro através de seu banco (respeitando o mesmo CPF), compre as criptos que desejar, envie as criptos para sua wallet, e durma tranquilo.

 

Leonardo Watermann é advogado criminalista.

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