Criptos e IA consumirão tanta energia quanto o Japão em 2030

Em 5 anos, consumo de energia por criptos e IA vai dobrar; EUA e China concentram 60% dos pesquisadores de IA do mundo

72
Inteligência artificial - IA, reconhecimento facial
Inteligência artificial (foto de Fernando Frazão, ABr)

Criptos, tecnologias baseadas em inteligência artificial (IA) e centros de processamento de dados estão remodelando o cenário energético global, disse Igor Sechin, CEO da gigante petrolífera russa Rosneft, alertando que o consumo de energia dessas inovações digitais poderá em breve rivalizar com o de uma nação inteira.

Em menos de uma década, as criptomoedas evoluíram para uma indústria independente que consome recursos equivalentes aos das economias nacionais, disse ele, acrescentando que, até 2030, seu consumo de eletricidade deverá mais que dobrar, chegando a 1.000 terawatts-hora, o que é comparável ao consumo atual de eletricidade do Japão.

Além das criptos, Sechin aprofundou a ideia de que uma revolução digital impulsionada pela IA e big data impulsionariam a produtividade da mão de obra, mas demandam um consumo substancial de energia, além de investimentos em larga escala em infraestrutura e recursos humanos.

Em sua opinião, o setor energético global está enfrentando uma profunda transformação e o modelo de consumo de energia está mudando. Citando dados da Agência Internacional de Energia (AIE), Sechin afirmou que os centros de processamento de dados equipados com IA consomem muita energia. Por exemplo, um centro de dados de 100 megawatts pode consumir tanta energia quanto 100 mil residências.

Espaço Publicitáriocnseg

LEIA TAMBÉM:

Data centers: o alumínio do século 21? | Monitor Mercantil

Com a probabilidade de essas demandas aumentarem dezenas de vezes, ele previu que, no futuro, esses centros de processamento de dados terão um impacto mais significativo na demanda global de eletricidade do que a indústria pesada ou o aquecimento.

Nos últimos 15 anos, o consumo de eletricidade cresceu em um ritmo mais acelerado. De acordo com as projeções da AIE, a geração global de eletricidade deverá quase dobrar nos próximos 25 anos.

Ao mesmo tempo, espera-se que os países da região Ásia-Pacífico impulsionem a maior parte desse crescimento, respondendo por 60% do aumento no consumo global de eletricidade.

O setor energético global está passando por uma grande transformação, impulsionado pelo rápido aumento no consumo de eletricidade, que será cada vez mais atendido por uma combinação de combustíveis fósseis e fontes de energia renováveis, afirmou o chefe da Rosneft.

“Líderes em tecnologia estão se infiltrando no setor de petróleo e gás. Além disso, esses investimentos estão sendo feitos em uma velocidade sem precedentes e em escala global”, acrescentou Sechin.

Retrato gerado por inteligência artificial - IA (foto Mao Siqian, Xinhua)
Retrato gerado por inteligência artificial – IA (foto de Mao Siqian, Xinhua)

EUA e China concentram 60% dos pesquisadores de IA do mundo

Cerca de 60% dos pesquisadores globais de inteligência artificial (IA) provêm dos Estados Unidos e da China, de acordo com um relatório apresentado na Conferência Global 2025 de Economia Digital.

O Relatório sobre a Situação Global da Pesquisa em Inteligência Artificial (2015-2024), divulgado conjuntamente na quinta-feira (3) pelo Escritório de Promoção de Investimentos e Tecnologia para o Desenvolvimento Industrial da Organização das Nações Unidas e pela empresa chinesa de tecnologia Dongbi Data, analisou dados sobre quase 200 mil acadêmicos em 3.847 instituições de 175 países e regiões, juntamente com 97 mil teses de pesquisa sobre IA.

Os dados mostraram que os pesquisadores de IA dos EUA e da China representam coletivamente 57,7% do total mundial. Os EUA lideram, com mais de 63 mil profissionais, seguidos pela China, com quase 53 mil. Os pesquisadores de IA dos países europeus representam aproximadamente 18,3% do total. O relatório concluiu que a Ásia está emergindo como um importante centro de inovação tecnológica.

O número de pesquisadores de IA na China aumentou de menos de 10 mil em 2015 para mais de 52 mil em 2024. Em relação à quantidade de teses, a Academia Chinesa de Ciências liderou as instituições globais com 585 trabalhos de alto impacto, de acordo com o relatório.

Com informações da Agência Xinhua

Siga o canal \"Monitor Mercantil\" no WhatsApp:cnseg

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui