Crise da Covid desmonta até emprego informal

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A população desocupada somou 12,7 milhões de pessoas no trimestre março-abril-maio, o que significa 368 mil a mais (aumento de 3%) frente ao trimestre móvel anterior. A taxa de desemprego subiu para 12,9%, tendo sido eliminados 7,8 milhões de postos de trabalho. A população ocupada somou 85,9 milhões, 8,3% a menos em relação ao trimestre anterior e 7,5% a menos em relação ao mesmo trimestre de 2019. Ambas as quedas foram recordes, revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) do IBGE.

A taxa de informalidade foi de 37,6% da população ocupada, ou 32,3 milhões de trabalhadores informais, o menor da série, iniciada em 2016. No trimestre anterior, a taxa havia sido 40,6% e no mesmo trimestre de 2019, 41%. A queda pode ser explicada pelos efeitos da quarentena, que impediu o exercício de trabalhos como de camelôs.

O rendimento real habitual (R$ 2.460) subiu 3,6% frente ao trimestre anterior e 4,9% frente ao mesmo período de 2019. A alta está relacionada com a redução do trabalho informal, no qual os rendimentos são menores. Assim, a média subiu. Porém, a massa de rendimento real habitual (R$ 206,6 bilhões) recuou 5% em relação ao trimestre anterior e 2,8% em relação a 2019. A massa de rendimento inclui apenas rendimentos provenientes de trabalho, não incluindo, rendimentos de outras fontes, como aluguel e mesmo o auxílio emergencial.

A taxa de desemprego não foi capaz de refletir com precisão da deterioração do emprego dos últimos meses, analisa o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). “Ao mesmo tempo em que o número de desempregados cresceu, a população na força de trabalho, que funciona como o denominador da taxa, se reduziu, devido ao isolamento social e às restrições de mobilidade, mas também a outros fatores de desincentivo à busca de emprego, como o grande desalento. Cabe mencionar que o percentual de desalentados chegou à marca recorde de 5,4 milhões de pessoas em mar-mai/20.”

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A evolução recente do número de ocupados capta melhor os efeitos da pandemia. “Ao todo, os ocupados somaram 85,9 milhões no trimestre findo em mai/20”, a menor quantidade da série histórica iniciada em 2012.

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) caiu para 49,5%, também o menor da série. A taxa composta de subutilização (27,5%) foi recorde, com elevação de 4 p.p. em relação ao trimestre anterior.

A população subutilizada (30,4 milhões de pessoas) foi igualmente recorde. A população fora da força de trabalho (75 milhões de pessoas) apresentou um incremento de 9 milhões quando comparada com o trimestre anterior.

O número de trabalhadores por conta própria caiu para 22,4 milhões de pessoas, uma redução de 8,4% frente ao trimestre anterior.

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