A maior siderúrgica da Alemanha, ThyssenKrupp Steel, anunciou planos nesta segunda-feira para demitir 5 mil trabalhadores até 2030 e mais 6 mil por meio de transferências para provedores de serviços externos ou venda de atividades comerciais.
O amplo plano de reestruturação reduzirá sua força de trabalho de cerca de 27 mil para 16 mil funcionários em resposta ao aumento de custos e à diminuição da competitividade. A empresa citou a fraca demanda na indústria siderúrgica e a competição intensificada como os principais motivos para a mudança, e pretende reduzir os custos de mão de obra em uma média de 10% nos próximos anos.
Como parte da reestruturação, a ThyssenKrupp deve diminuir sua capacidade de produção das atuais 11,5 milhões de toneladas para cerca de 9 milhões de toneladas. Essa redução se alinha aos níveis de embarque da empresa do ano anterior e reflete as expectativas futuras do mercado. O fechamento de sua unidade de processamento em Kreuztal-Eichen, na Alemanha, também faz parte do plano de reestruturação.
As demissões e redução da produção estão ligadas à falta de capacidade de competir com siderúrgicas asiáticas – especialmente as chinesas – e às restrições energéticas na Alemanha, que tenta adotar uma agenda de energia verde que retirou a competitividade das indústrias do país.
Cobrança de responsabilidade social
Hendrik Wuest, ministro-presidente do estado da Renânia do Norte-Vestfália – onde fica a sede da Thyssenkrupp Steel – descreveu os cortes de empregos como um choque para milhares de famílias e um golpe significativo para o setor industrial da Alemanha. Em uma entrevista ao jornal alemão Rheinischen Post, ele pediu que a empresa levasse sua responsabilidade social a sério e trabalhasse para um acordo justo com os parceiros sociais.
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, pediu maior apoio à indústria siderúrgica do país em vista do anúncio, de acordo com a Agência Alemã de Imprensa.
“Levamos nossa responsabilidade muito a sério e queremos criar perspectivas de longo prazo para o maior número possível de nossos funcionários”, disse Dennis Grimm, CEO da empresa. Ele enfatizou a necessidade de reduções gerais de capacidade juntamente com medidas de corte de custos para se adaptar às condições de mercado em evolução.
Apesar dessas mudanças, a empresa reafirmou seu compromisso com uma transformação verde, incluindo planos para concluir a primeira planta de redução direta em Duisburg e explorar o uso de um forno elétrico a arco para reduzir ainda mais as emissões de carbono.
ThyssenKrupp no Brasil
A ThyssenKrupp conta com mais de 4 mil empregados na América do Sul, região que é hoje uma das principais operações fora da Alemanha, de acordo com informações do site da companhia alemã. Não há informações sobre demissões no Brasil ou no continente americano.
A empresa iniciou seu relacionamento com a região há mais de 180 anos. Em 1837, o proprietário da empresa, Alfred Krupp, recebeu o primeiro pedido de um cliente sul-americano para fornecer dois cilindros gravados. Em 1961, foi inaugurada em Campo Limpo Paulista (SP) a primeira fábrica da ThyssenKrupp em território brasileiro e a primeira planta metalúrgica do grupo fora da Europa. A Metalúrgica Campo Limpo continua hoje a ser uma das maiores fornecedoras de componentes para o setor automotivo.
Em 2020, a companhia alemã assinou contrato para a construção de quatro fragatas da Classe Tamandaré para a Marinha do Brasil – o mais moderno e inovador projeto naval já construído em território nacional, segundo a empresa.
Alguns dados do site da companhia:
- 9 em cada 10 veículos fabricados na região são equipados com os componentes da empresa
- 1 em cada 2 usinas de energia eólica no Brasil é equipada com os componentes da ThyssenKrupp
- Todas as aeronaves fabricadas localmente são equipadas com peças da companhia alemã
- Fornecimento de tecnologia de eletrólise de água para a primeira planta de hidrogênio verde em escala industrial no Brasil
Preocupação Verde nos números porque senão todo Alemanha vai fechar as fábricas o que não for movido a carvão
A Europa vai entrar no a decadência sem precedentes sem o gás russo de graça Russo não dá para entender porque eles foram provocar eles inventaram essa historinha do verde natureza ecologicamente correto e acreditaram nela como crianças no parque de diversão