Crise tira 3 milhões de contribuintes da Previdência

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A população ocupada (83,3 milhões de pessoas) no Brasil no trimestre de abril a junho de 2020 chegou ao menor nível da série histórica iniciada em 2012, com redução de 9,6% (8,9 milhões de pessoas a menos) em relação ao trimestre anterior e de 10,7% no confronto com o mesmo trimestre de 2019 (10 milhões de pessoas a menos). Ambas as quedas foram, mais uma vez, recordes da série, informa o IBGE, que divulgou nesta quinta-feira os resultados do Pnad.

O total de ocupados ficou abaixo do pior nível do emprego registrado devido à crise econômica de 2015/16. O fundo do poço foi atingido no primeiro trimestre de 2017, com 88,6 milhões de ocupados, número 5,3 milhões acima do atual.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (dado exclui os trabalhadores domésticos) caiu para 30,2 milhões, menor nível da série. Isso significa 2,9 milhões de pessoas a menos que no trimestre anterior.

O número de trabalhadores que contribuem para o INSS encolheu no mesmo ritmo: de 58,4 milhões no trimestre encerrado em março para 55,2 milhões em junho. Como a proposta do Ministério da Economia é tentar recuperar o mercado com empregos sem direitos trabalhistas, haverá impacto nas contas da Previdência.

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Se feito o cálculo em cima do salário médio de admissão com carteira assinada (R$ 1.731), a perda superaria os R$ 20 bilhões em um ano.

A força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas), estimada em 96,1 milhões de pessoas caiu 8,5% comparada ao trimestre anterior (8,9 milhões de pessoas a menos).

A taxa de desocupação (13,3%) no trimestre de abril a junho cresceu 1,1 ponto percentual em relação a janeiro a março. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) caiu 5,6 pontos percentuais frente ao trimestre anterior (53,5%), atingindo 47,9%, o menor da série histórica.

Igualmente recorde foram a taxa composta de subutilização (29,1%), a população subutilizada (31,9 milhões de pessoas) e a população fora da força de trabalho (77,8 milhões de pessoas). Na mesma batida veio a população desalentada (5,7 milhões de pessoas), com alta de 19,1% (mais 913 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e o percentual de desalentados em relação à população na força de trabalho ou desalentada (5,6%).

A crise foi severa com informais. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (8,6 milhões de pessoas) caiu 21,6% e o número de trabalhadores por conta própria caiu para 21,7 milhões de pessoas, uma redução de 10,3%. A categoria dos trabalhadores domésticos (4,7 milhões de pessoas) chegou ao menor nível da série, com queda recorde de 21%. O número de empregadores (4 milhões de pessoas) recuou 9,8%.

O rendimento real habitual (R$ 2.500) aumentou 4,6%, indicando que a crise afetou mais quem ganha menos. A massa de rendimento real habitual (R$ 203,5 bilhões de reais) recuou 5,6%.

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