O prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) foi preso em sua casa, na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio) nesta manhã em ação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em desdobramento da investigação do “QG da Propina” na Prefeitura do Rio, pela Operação Hades, que apura corrupção na Prefeitura da cidade e tem como base a delação do doleiro Sergio Mizrahy.
Segundo o “O Dia”, seis mandados de prisão foram cumpridos e um continua em aberto, porque o alvo não foi encontrado em sua residência. Já de acordo com o portal G1, “também foram presos o empresário Rafael Alves, o delegado aposentado Fernando Moraes, o ex-tesoureiro da campanha de Crivella, Mauro Macedo, além de outro empresário identificado como Adenor Gonçalves dos Santos. O ex-senador Eduardo Lopes também é alvo da operação. No entanto, ele não foi encontrado em sua casa no Rio. Ele teria se mudado para Belém e deverá se apresentar à polícia. Ele foi senador do Rio pelo Republicanos, ao herdar o cargo de Crivella, e foi secretário de Pecuária, Pesca e Abastecimento do governador afastado Wilson Witzel.”
O delegado Fernando Moraes foi citado em uma conversa entre o ex-senador Eduardo Lopes e o empresário Rafael Alves.
Crivella chegou à Cidade da Polícia por volta das 6h30. Em declarações feitas à imprensa, antes de entrar na Delegacia Fazendária, o prefeito se disse vítima de perseguição política, afirmou que, em seu governo, combateu a corrupção e afirmou querer justiça.
“Lutei contra o pedágio ilegal, tirei recursos do Carnaval, negociei o VLT, fui o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro”, disse, acrescentando que a sua expectativa agora é justiça.
O advogado de Crivella, Alberto Sampaio, disse que o prefeito ficou surpreso com a prisão.
Os mandados de prisão foram assinados pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
“Face a todo o exposto, com fundamento no artigo 312 do Código de Processo Penal, defiro em parte o pedido do Ministério Público e decreto a prisão preventiva dos denunciados Marcelo Bezerra Crivella, Rafael Ferreira Alves, Mauro Macedo, Eduardo Benedito Lopes, Christiano Borges Stockler Campos, José Fernando Moraes Alves e Adenor Gonçalves, determinando que se expeçam imediatamente os competentes mandados de prisão”, escreveu a desembargadora em seu despacho.
Todos os presos vão ser levados à tarde ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, para uma Audiência de Custódia, marcada para às 15h.
Em nota, o MPRJ confirmou que cumpriu mandados de prisão contra suspeitos de integrar de um esquema ilegal que atuava na prefeitura do Rio. “Em razão do sigilo decretado pela Justiça, não podem ser fornecidas outras informações” diz a nota.
A prisão de Crivella acontece nove dias antes de terminar o seu mandato. Como o vice-prefeito, Fernando McDowell, morreu em maio de 2018, quem assume a prefeitura enquanto o prefeito estiver preso é o presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (DEM), que, em nota, disse que a cidade do Rio de Janeiro não ficará sem comando nestes últimos dias da atual gestão, que termina no dia 31 deste mês. O parlamentar informou que já estava indo para a prefeitura de onde vai tomar as rédeas da situação, cumprindo o que determina a Constituição estadual.
“Como prefeito em exercício, vou orientar a todos os secretários municipais e dirigentes de empresas e órgãos para que mantenham a máquina pública a pleno vapor. Vamos trabalhar com afinco e dedicação até o último dia. Já conversei também com o prefeito eleito Eduardo Paes. A transição vai continuar e vamos fornecer todas as informações necessárias para a nova equipe. Vamos garantir o pleno funcionamento dos serviços municipais até o dia 1º de janeiro. O Rio de Janeiro tem prefeito”, afirmou.
Com informações do G1, d’O Dia e da Agência Brasil
Leia mais: