O site Cubadebate foi um dos meios de comunicação que relatou ter recebido um ataque cibernético de negação de serviço em seus espelhos internacionais nesta quinta-feira, entre 9h53 no horário local (13h53 GMT) e 10h23 no horário local (14h23 GMT ), principalmente dos Estados Unidos.
Segundo nota publicada pelo portal de notícias cubano, sua equipe técnica detectou e neutralizou o ataque, que basicamente gerou “falsos acessos” em grande número, e comprometeu a largura de banda e a capacidade de resposta dos servidores, com o objetivo de tornar invisível a verdade sobre Cuba.
A nota acrescenta que foram detectados 580 mil acessos em cerca de 30 minutos, número que ultrapassa o número total de acessos a aquele portal digital num dia e foram divulgados os dados dos endereços IP de onde vêm os ciberataques, bem como os endereços IP das redes TOR.
Da mesma forma, foram registrados os países correspondentes aos IPs: Estados Unidos, França, Finlândia, Índia e Canadá e acrescentam que esses dados podem estar abrangendo outros endereços.
O Cubadebate afirmou que “ações como esta fazem parte da operação de mídia política que está sendo realizada contra Cuba a partir do exterior para estimular um surto social na ilha”.
Segundo Dominio Cuba, também foram registrados outros sites institucionais cubanos afetados por essas práticas que violam a segurança dos meios de comunicação. “Os IPs que deram origem ao golpe de força bruta contra os servidores cubanos são os mesmos. Denunciamos que Cuba continua sob guerra cibernética não declarada”, alertaram daquele espaço.
O analista de redes sociais, Julián Macías, explicou na quarta-feira, em entrevista a um programa transmitido pela teleSUR, a campanha que vem sendo realizada em plataformas digitais contra Cuba, e que se reforçou nos últimos dias.
De acordo com Macías, o processo pode ser dividido em etapas. O primeiro, quando foram registrados picos de infecções por Covid-19 na província cubana de Matanzas.
O analista disse que se levantou uma “crise de saúde” nas redes e a partir daí a campanha foi promovida, sem contar que na ilha caribenha existe um sistema de saúde gratuito que atende toda a população e luta para combater a pandemia em meio ao bloqueio. imposto econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos.
Diante dos registros de aumento de casos positivos e mortes por covid-19 no país caribenho, surgiram várias manchetes, mas ele esclareceu que em comparação com os números de outros países como a Bélgica, que tem uma população semelhante a Cuba, garantiu que os dados são 20 vezes maiores nas mortes por pandemia.
“Em 9 de julho, centenas de milhares de tweets são lançados; em 10 de julho, 500.000 tweets são lançados” e, segundo suas análises, o que se levantou foi a alegação de uma suposta crise de saúde, usando o rótulo SOS Cuba. “É um pouco surpreendente que este seja o gatilho para o que aconteceu. Nessa segunda fase, que foi automatizada, em muitos casos novas contas criadas (foram utilizadas), mencionando artistas de todo o mundo para participarem” da campanha.
Diante disso, ele comentou que a maioria dos artistas que aderiram apenas colocaram a referida gravação, sem acrescentar mais nada à mensagem em suas redes sociais.
Em seguida, indicou que a imprensa falava de um corredor humanitário, coisa que o governo cubano lembrou que eram usados em situações específicas, como conflitos armados. “Isso lembra um pouco a tentativa de golpe contra a Venezuela devido à suposta ajuda humanitária da Usaid”, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, vinculada a vários atos contra governos progressistas na região.
“De 5 a 8 de julho são cerca de 5 mil ou 6 mil tweets; no dia 9 são cerca de 100 mil tweets; no dia 10 são 500 mil tweets; e no dia 11 explode (a situação nas redes) porque é uma tendência global. Daí que Miami e outras partes pedem que a população vá em massa às ruas”, disse.
Afirmou também que Cuba já está atualmente na quarta fase, que é a campanha midiática, em que palavras são usadas 24 horas por dia para acusar as autoridades cubanas de supostas repressões. “A luta pela história para justificar uma invasão militar dos EUA ou outros elementos”.
“É muito surpreendente, principalmente em comparação com as manifestações na Colômbia onde pessoas foram assassinadas, desapareceram, estupradas, armas de fogo foram usadas (…) e todo esse tipo de coisa, a que não dedicaram um minuto sequer” nas redes sociais, ele enfatizou.
Da Telesur
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