O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 10 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre agosto e setembro de 2024, as maiores altas ocorreram em Porto Alegre (2,07%), Florianópolis (1,59%), Rio de Janeiro (1,56%), Vitória (1,56%) e Brasília (1,39%). As principais reduções foram registradas em Belém (-2,58%), Fortaleza (-2,31%) e Aracaju (-1,98%). São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 792,47), seguida por Florianópolis (R$ 768,33), Rio de Janeiro (R$ 757,30) e Porto Alegre (R$ 756,17). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da
cesta é diferente, os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 506,19), Recife (R$ 535,32) e João Pessoa (R$ 552,35).
A comparação dos valores da cesta, entre setembro de 2023 e setembro de 2024, mostra que o custo dos alimentos básicos aumentou em 11 cidades, com destaque para as variações de São Paulo (7,85%), Goiânia (6,65%), Campo Grande (5,76%) e Rio de Janeiro (5,19%). Entre as seis localidades com retração nos preços, destacam-se Natal (-7,51%) e Recife (-6,12%).
Nos primeiros nove meses de 2024, nove capitais tiveram elevação nos preços médios. As maiores altas foram observadas em São Paulo (4,13%), Rio de Janeiro (2,53%) e Campo Grande (2,43%). As reduções, constatadas em oito capitais, variaram entre -2,32%, em Brasília, e -0,37%, em Natal.
Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.657,55 ou 4,71 vezes o mínimo de R$ 1.412. Em agosto, o valor necessário era de R$ 6.606,13 e correspondeu a 4,68 vezes o piso mínimo. Em setembro de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.280,93 ou 4,76 vezes o valor em vigor na época, que era de R$ 1.320.
Em setembro de 2024, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 102 horas e 14 minutos, pouco maior do que em agosto, quando ficou em 102 horas e 01 minuto. Já em setembro de 2023, a jornada média foi de 108 horas e 02 minutos.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em setembro de 2024, 50,24% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em agosto, 50,13%. Em setembro de 2023, o percentual ficou em 53,09%.
No Rio, em setembro, o preço da cesta básica na capital apresentou alta de 1,56% em relação a agosto de 2024. Seu custo foi de R$ 757,30, a terceira cesta básica mais cara dentre as capitais pesquisadas. Em comparação com setembro de 2023, a cesta acumula elevação de 5,19% e nos primeiros nove meses do ano, a variação foi de 2,53%.
Entre agosto de 2024 e setembro de 2024, nove dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento nos preços médios: o café em pó (6,36%), o feijão preto (5,81%), o óleo de soja (4,08%), a carne bovina de primeira (4,04%), o tomate (2,96%), a farinha de trigo (2,11%), o leite integral (1,40%), a manteiga (1,25%) e o açúcar refinado (0,22%). Os outros quatro produtos apresentaram redução de preço: a batata (-4,15%), a banana (-1,61%), o arroz agulhinha (-1,51%) e o pão francês (-0,53%). No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em 10 dos 13 produtos: a batata (80,93%), o café em pó (31,70%), o arroz agulhinha (22,50%), o óleo de soja (16,29%), a banana (15,23%), o feijão preto (6,64%), a carne bovina de primeira (6,53%), a manteiga (6,36%), o leite integral (5,83%) e o pão francês (4,47%).
Apresentaram diminuição de preços o tomate (-38,31%), a farinha de trigo (-3,96%) e o açúcar refinado (-3,17%).
Em setembro de 2024, o trabalhador do Rio de Janeiro remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.412 precisou trabalhar 117 horas e 59 minutos para adquirir a cesta básica. Em agosto de 2024, o tempo de trabalho necessário havia sido de 116 horas e 11 minutos. Em setembro de 2023, quando o salário mínimo era de R$ 1.320, o tempo de trabalho necessário foi de 119 horas 59 minutos.
Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em setembro de 2024, 57,98% de sua remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que são suficientes para alimentar um adulto durante um mês. Em agosto de 2024, este percentual foi 57,09% e, em setembro de 2023, 58,96%.