Custo da cesta básica aumentou em 11 cidades

No Rio, cesta apresentou uma queda em relação a abril de 2024 de 0,56%, chegando a R$ 796,67, a quarta mais cara dentre as cidades pesquisadas

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Cesta básica (Foto: Governo da Bahia/CC)
Cesta básica (Foto: Governo da Bahia/CC)

O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 11 das 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Em abril e maio de 2024, as elevações mais importantes ocorreram em Porto Alegre (3,33%), Florianópolis (2,50%), Campo Grande (2,15%) e Curitiba (2,04%). Já as principais quedas foram registradas em Belo Horizonte (-2,71%) e Salvador (-2,67%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 826,85), seguida por Porto Alegre (R$ 801,45), Florianópolis (R$ 801,03) e Rio de Janeiro (R$ 796,67). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 579,55), Recife (R$ 618,47) e João Pessoa (R$ 620,67).

A comparação dos valores da cesta, entre maio de 2023 e 2024, mostrou que quase todas as cidades tiveram alta de preço, exceto Goiânia (-0,05%). As elevações variaram entre 2,53%, em Vitória, e 6,84%, em João Pessoa.

Nos cinco meses de 2024, o custo da cesta básica aumentou em todas as cidades, com destaque para as variações do Nordeste: Natal (15,11%), Recife (14,94%), João Pessoa (14,45%), Fortaleza (12,61%), Aracaju (12,04%) e Salvador (11,10%).

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Com base na cesta mais cara, que, em maio, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em maio de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.946,37 ou 4,92 vezes o mínimo de R$ 1.412. Em abril, o valor necessário era de R$ 6.912,69 e correspondeu a 4,90 vezes o piso mínimo. Em maio de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.652,09 ou 5,04 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.320.

Em maio de 2024, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 110 horas e 31 minutos, maior que o de abril, de 109 horas e 54 minutos. Já em maio de 2023, a jornada média foi de 113 horas e 19 minutos. Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em maio de 2024, 54,31% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em abril, 54,01% da renda líquida. Em maio de 2023, o percentual ficou em 55,68%.

Em abril e maio, o custo do quilo do café em pó teve alta em todas as capitais. As variações ficaram entre 0,69%, em Belém, e 9,66%, em Recife. Em 12 meses, o preço médio aumentou em 12 cidades, com destaque para Aracaju (18,92%) e Belo Horizonte (15,23%). Em outros cinco municípios, a taxa foi negativa, e, em Brasília, a variação foi de -4,24%. As preocupações com os estoques globais de café, os problemas relacionados à safra do grão no Vietnã e o ritmo lento da colheita de café nas regiões brasileiras resultaram em aumento nas cotações internas do café moído.

O valor do quilo da batata subiu em todas as capitais da região Centro-Sul, onde o tubérculo é pesquisado, com variações entre 17,92%, em Goiânia, e 44,32%, em Campo Grande, Em abril e maio. Em 12 meses, todas as cidades tiveram elevação de preço, com destaque para Campo Grande (122,89%), Florianópolis (108,78%), Belo Horizonte (94,30%) e Rio de Janeiro (93,59%). O aumento nos preços da batata foi consequência da baixa oferta nacional. A safra das águas está próxima de se encerrar e a oferta da safra das secas é ainda muito pequena.

O preço do leite integral ficou mais caro em 16 das 17 capitais. Em abril e maio, os aumentos oscilaram entre 0,80%, em Salvador, e 12,41%, em Porto Alegre. A queda foi registrada em Recife (-4,01%). Em 12 meses, o preço do leite aumentou 4,58% em Belém, e, nas demais cidades, a variação acumulada foi negativa, com destaque para Recife (-13,75%), Aracaju (-10,58%) e Goiânia (-10,40%). A oferta no campo foi menor devido à entressafra.

Em abril e maio, o preço médio do arroz aumentou em 15 capitais. As oscilações foram de 1,05%, em Recife, a 16,73%, em Vitória. O preço médio do quilo do arroz não variou em Natal e Goiânia. Em 12 meses, todas as cidades tiveram taxas acumuladas positivas, as maiores em Belo Horizonte (42,43%) e Vitória (41,51%). Como o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior produção de arroz, as enchentes reduziram a oferta. Mesmo com a importação do grão, houve aumentos na maior parte das cidades.

O preço comercializado do tomate subiu em 10 das 17 capitais, Em abril e maio, com destaque para as taxas verificadas em Campo Grande (10,90%) e Curitiba (9,07%). Em 12 meses, o preço subiu em todas as cidades e as taxas oscilaram entre 3%, em Porto Alegre, e 67,30%, em João Pessoa. As chuvas e a maturação mais lenta do fruto, devido ao clima frio, reduziram a oferta e elevaram os preços no varejo.

O preço do feijão recuou nas 17 capitais, Em abril e maio. Para o feijão tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, as variações ficaram entre -12,54%, em Curitiba, e -5,90%, em Florianópolis. Em 12 meses, houve elevação de preço em quase todas as cidades, exceto em Porto Alegre (-2,69%). A maior alta acumulada foi registrada em Florianópolis (10,75%). O tipo o mulatinho, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, apresentou queda em todas as cidades, com destaque para as taxas de Campo Grande (-7,59%) e Salvador (-6,99%), Em abril e maio. Em 12 meses, todos os municípios pesquisados registraram diminuição, a mais expressiva em Belém (-31,30%). A oferta de feijão preto e mulatinho, com a colheita da segunda safra, garantiu o abastecimento e o grão ficou mais barato no varejo.

Em maio de 2024, o custo na Cidade do Rio de Janeiro apresentou queda em relação a abril de 2024 de 0,56%, chegando a R$ 796,67, a quarta mais cara dentre as 17 cidades pesquisadas. Em comparação com maio de 2023, o valor da cesta aumentou 6,26% e nos cinco primeiros meses do ano, a variação foi de 7,86%. Em abril e maio de 2024, oito dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento nos preços médios: a batata (35,34%), o leite integral (5,45%), o arroz agulhinha (2,61%), o café em pó (2,47%), a carne bovina de primeira (2,38%), o óleo de soja (1,91%), a farinha de trigo (1,47%) e o açúcar refinado (0,21%). Outros cinco produtos apresentaram queda de preço: a banana (-13,19%), o feijão preto (-11,17%), o tomate (-10,59%), a manteiga (-1,37%) e o pão francês (-0,65%).

No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em nove dos 13 produtos da cesta: a batata (93,59%), o arroz agulhinha (31%), a banana (17,28%), o tomate (8,51%), o açúcar refinado (8,35%), a manteiga (4,26%), o pão francês (3,71%), o feijão preto (2,37%) e o café em pó (2,33%). Apresentaram taxa negativa a farinha de trigo (-12,1%), o óleo de soja (-11,21%), a carne bovina de primeira (-5,62%) e o leite integral (-4,39%).

Em maio de 2024, o trabalhador do município do Rio de Janeiro, remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.412, precisou trabalhar 124 horas e 08 minutos para adquirir a cesta básica e, em abril de 2024, 124 horas e 50 minutos. Em maio de 2023, quando o salário mínimo era de R$ 1.320, o tempo de trabalho necessário foi de 124 horas e 58 minutos. Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, no quinto mês de 2024, 61% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em abril de 2024, este percentual foi 61,34% e em maio de 2023, 61,41%.

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