Custo da cesta básica do Rio caiu 3,91% em fevereiro

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A cesta básica de alimentos do município do Rio de Janeiro, que leva em consideração um conjunto de 13 produtos selecionados de modo a suprir as necessidades alimentares básicas de uma única pessoa, atingiu, em fevereiro, o valor de R$ 430,56, o que representou queda de -3,91%, na comparação com os preços observados no mês de janeiro. Na comparação com os preços pesquisados em dezembro de 2015, o valor da cesta aumentou 8,21%.
Entre janeiro e fevereiro de 2016, no município do Rio de Janeiro, quatro produtos da cesta apresentaram reduções nos seus preços médios, dentre os quais se destaca o tomate (-26,11%) e a batata (-7,74%). No sentido oposto, nove produtos registraram aumentos em seus preços médios, com destaque para as altas do açúcar (+7,72%), da manteiga (+6,71%), do feijão (+6,59%) e do óleo de soja (+3,55%). Os demais produtos apresentaram altas inferiores a 2%.
No primeiro bimestre de 2016, todos os treze produtos ficaram mais caros. Tomate (+31,48%), a banana (+20,32%) e o açúcar (+17,96%) foram os produtos que mais encareceram. A partir de 2016, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente o levantamento dos preços da cesta básica de alimentos em todas as 27 capitais do Brasil. Dentre todas as capitais, São Paulo apresentou a cesta mais cara, no mês de fevereiro, com o valor médio de R$ 443,40. O município do Rio de Janeiro registrou a quinta cesta básica mais cara dentre todas as capitais onde a pesquisa é realizada, ao registrar o valor de R$ 430,56.
Com base na cesta básica de alimentos mais cara dentre as cidades pesquisadas, o Dieese também estima o valor do salário mínimo necessário, ou seja, a quantia necessária para suprir as despesas de uma família composta de quatro membros (considerando dois adultos e duas crianças) com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, conforme estabelece a Constituição Federal. Em fevereiro de 2016, o salário mínimo necessário
foi estimado no valor de R$ 3.725,01 (4,23 vezes o mínimo vigente de R$ 880). O Dieese calcula ainda quanto tempo um trabalhador, com rendimento equivalente a um
salário mínimo nacional, necessitou trabalhar para adquirir os itens alimentícios que compõem uma cesta básica individual. Em fevereiro de 2016, no município do Rio de Janeiro, foi necessária uma jornada de 107 horas e 38 minutos, uma redução de 4 horas e 38 minutos em relação ao tempo de trabalho necessário em janeiro (112 horas e 1 minuto). O valor da cesta carioca representou 53,18% do salário mínimo líquido (R$ 809,60), ou seja, após os descontos da Previdência Social.

Custo oscila nas capitais do Brasil
Em fevereiro de 2016, o custo do conjunto de alimentos básicos aumentou em 13 capitais do Brasil e diminuiu em outras 14, conforme resultado da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As maiores altas ocorreram em capitais do Norte – Macapá (8,93%), Belém (8,64%) e Manaus (7,92%). As maiores retrações aconteceram em Vitória (-8,45%), Palmas (-7,80%) e Campo Grande (-6%).
São Paulo foi a capital com maior custo da cesta básica (R$ 443,40), seguida de Brasília (R$ 438,69), Manaus (R$ 437,86) e Florianópolis (R$ 430,69). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 331,79), Salvador (R$ 337,84), Maceió (R$ 347,38) e Rio Branco (R$ 349,22).
Nos dois primeiros meses de 2016, as maiores variações acumuladas foram observadas em Manaus (19,05%), Aracaju (18,43%), Belém (15,60%) e Fortaleza (13,10%). As menores altas ocorreram em Curitiba (0,25%) e Florianópolis (1,56%). As duas únicas quedas foram anotadas em Porto Alegre (-1,78%) e Campo Grande (-0,15%).
Com base no total apurado para a cesta mais cara, a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em fevereiro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.725,01, ou 4,23 vezes mais do que o mínimo de R$ 880. Em janeiro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 3.795,24, ou 4,31 vezes o piso vigente.
Em fevereiro de 2016, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 96 horas e 37 minutos, ligeiramente inferior à jornada calculada para janeiro, de 97 horas e 02 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em fevereiro, 47,74% dos vencimentos para adquirir os mesmos produtos que, em janeiro, demandavam 47,94%2.
Em fevereiro, houve predominância de alta em quase todos os produtos da cesta nas capitais do Brasil, com destaque para o óleo de soja, feijão, leite, açúcar e farinha de mandioca, pesquisada nas regiões Norte e Nordeste. O tomate e a batata, coletada na região Centro-Sul, mostraram diminuição na maior parte das cidades.
Todas as capitais registraram alta no óleo de soja. As variações oscilaram entre 1,54%, em Manaus e 16,76%, em Macapá. A exportação de soja seguiu firme pelo câmbio favorável. Internamente, apesar do período de intensificação de colheita, os trabalhos foram interrompidos pelas chuvas.
Houve aumento de preço do feijão em 26 cidades. Para o feijão carioquinha – pesquisado na região Norte, Nordeste, Centro-Oeste e nas cidades de Belo Horizonte e São Paulo – foram registradas elevações entre 2,73% em Campo Grande e 22,77%, em Aracaju. A exceção foi Belo Horizonte (-3,57%). O feijão preto, pesquisado na região Sul e em Vitória e Rio de Janeiro, apresentou alta em todas as cidades, com destaque para Florianópolis (17,68%), Curitiba (9,62%) e Vitória (8,33%). Com as lavouras prejudicadas pelo clima, houve tanto redução na oferta
O leite teve o preço majorado em 25 capitais, e diminuiu apenas em Boa Vista (-3,75%) e Recife (-0,32%). As maiores altas foram registradas em Aracaju (12,70%), Manaus (2,54%), Florianópolis (2,25%), Porto Velho (2,02%) e Palmas (1,89%). As chuvas frequentes, o alto custo de produção, principalmente dos insumos, elevaram o preço do leite, cuja entressafra inicia-se no fim de março.
Foi verificado aumento do preço do açúcar em 25 capitais, queda em Brasília (-1,63%) e estabilidade em Vitória. As altas foram mais expressivas em Florianópolis (17,31%), Natal (11,46%), Maceió (10,61%), João Pessoa (10,12%) e Boa Vista (10,04%). Parte da produção de cana-de-açúcar foi destinada ao etanol; além disso, as usinas priorizaram a entrega de contratos, o que reduziu a oferta.
A farinha de mandioca, pesquisada nas regiões Norte e Nordeste, aumentou em 14 cidades, diminuiu em Aracaju (-4,22%) e ficou estável em Rio Branco. As maiores altas foram anotadas em Belém (21,18%), Macapá (18,97%) e Manaus (16,89%). Alguns fatores restringiram a oferta da mandioca: retração de parte dos agricultores à espera de melhores preços e clima desfavorável à colheita.
A batata diminuiu em 10 capitais do Centro-Sul onde o produto é pesquisado. A exceção foi Florianópolis, com pequena variação positiva (0,55%). As quedas mais expressivas foram apuradas em Vitória (-22%), Campo Grande (-19,96%) e Brasília (-18,12%). As chuvas prejudicaram a qualidade do tubérculo, mas a safra do Paraná, que terminou em janeiro, abasteceu as principais praças de comercialização e houve redução do preço no varejo, na maior parte das capitais.
Após elevação expressiva em janeiro, o preço do tomate apresentou queda em 18 das 27 capitais. As retrações oscilaram entre -43,49% em Vitória e -1,20% em Rio Branco. Nove cidades ainda mostraram elevação de preço, com destaque para Belém (26,35%), Macapá (20,62%) e Fortaleza (15,60%). A intensificação da colheita em algumas regiões elevou a oferta e diminuiu o preço do tomate em algumas cidades.

São Paulo – A cesta básica em São Paulo diminuiu -1,10%, entre janeiro e fevereiro, e custou R$ 443,40. Mesmo com a redução, foi a mais cara entre as 27 cidades pesquisadas pelo Dieese. Nos primeiros dois meses do ano, a cesta acumulou taxa de 6,04%.
Em fevereiro, a redução do preço do tomate (-12,59%) e da batata (-4,85%) mais do que compensou o aumento dos demais produtos. As altas foram registradas no feijão carioquinha (8,54%), óleo de soja (4,56%), açúcar (3,85%), manteiga (3,61%), banana (2,29%), farinha de trigo (1,19%), arroz agulhinha (1,04%), leite integral (0,92%), café em pó (0,88%), pão francês (0,28%). O preço da carne bovina não variou.
O trabalhador paulistano cuja remuneração equivale ao salário mínimo necessitou cumprir, em fevereiro, jornada de 110 horas e 53 minutos, menor do que as 112 horas e 05 minutos registradas em janeiro.
Em fevereiro de 2016, o custo da cesta em São Paulo comprometeu 54,77% do salário mínimo líquido, isto é, após os descontos previdenciários. Em janeiro, o percentual exigido era de 55,37%.

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