Cesta básica sobe no Rio em setembro, diz associação de supermercados

Para 29,6% dos consumidores, o que mais motiva a escolha de um supermercado é o preço, seguido pela qualidade e depois proximidade de suas residências

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Compra no supermercado (Foto: ABr/arquivo)
Compra no supermercado (Foto: ABr/arquivo)

O preço da cesta básica subiu 1,56% na Cidade do Rio de Janeiro, em setembro, foi o primeiro mês de alta no último trimestre, que registou deflação em junho (-6,97%) e agosto (-1,58%). Das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 11 registraram inflação. A Cidade do Rio, por sua vez, obteve o terceiro maior aumento nos preços no último mês.

Segundo a consultoria econômica da Associação de Supermercados do Rio de Janeiro (Asserj), Future Tank, que analisou o relatório do Dieese, a capital fluminense observou aumento de preços em setembro nos seguintes itens que compõe a cesta básica: café (produto impactado pela ausência de umidade no ar, efeito do El Niño e pelas queimadas que atingiram o Brasil); óleo de soja (aumento da demanda pelo grão e pelo óleo, além do excesso de calor); carne bovina (impactada pela menor oferta no campo, devido ao clima adverso, como chuvas excessivas no Sul, estiagem e queimadas em outras regiões); leite (menor oferta no campo, devido ao clima adverso); e o tomate.

Por outro lado, a entidade ressalta que outros itens registraram queda nos preços, é o caso da batata, que recuou novamente, diante do calor que elevou a oferta do produto e do açúcar, que, apesar da ligeira melhora na demanda e da diminuição da oferta de cana, devido ao clima seco e as queimadas, teve redução no preço.

Com a inflação de setembro, o preço da cesta básica na capital carioca subiu para R$ 757,30. Dessa forma, o Rio se manteve como a terceira cesta básica mais cara do país, superado apenas pelas capitais de São Paulo (R$ 792,47) e de Santa Catarina (R$ 768,33). A diferença de preços da cesta básica do Rio para a de Belo Horizonte, a mais barata do Sudeste, foi de R$ 105,86 em setembro.

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Para o presidente da Asserj, Fábio Queiróz, a elevação nos preços de determinados itens da cesta básica foi motivada por questões climáticas, como a seca e também pelas queimadas. “Em setembro, observamos uma leve alta de 1,56% no custo da cesta básica na Cidade do Rio. Os produtos que impactaram a inflação sofreram, de alguma forma, com a seca ou queimadas. Ainda é cedo para avaliar se existe uma tendência de alta, mas é necessário observar o comportamento dos preços nos próximos meses”, destaca o executivo.

No acumulado do ano até setembro, o valor da cesta básica aumentou 2,5% na Cidade do Rio de Janeiro. Foi o segundo maior crescimento no ano dentre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, bastante superior à média nacional (0,30%). A capital paulista registrou a maior inflação (4,1%) da cesta básica no país esse ano, enquanto Brasília (DF) a maior deflação nacional (-2,3%) e Belo Horizonte a maior deflação do Sudeste (-0,7%).

A Asserj também realizou uma pesquisa que revelou os hábitos das famílias cariocas. O estudo mostrou que 73,6% dos entrevistados realizam compras em mais de um supermercado. Perguntados se realizam pesquisa de preço e comparam valores antes das compras, 75,6% responderam que sim e 11,5% disseram que fazem às vezes.

O levantamento também mapeou quantas vezes o carioca vai ao supermercado por mês. Entre três e quatro vezes (34,7%), mais de seis vezes (32,8%), de cinco a seis vezes (20,3%) e de uma a duas (12,2%). Com relação aos gastos mensais com as compras de mantimentos, disseram gastar entre R$ 1.500 ou mais (36,7%), entre R$ 1.000 e R$ 1.499 (26,2%), entre R$ 500 e R$ 999 (24,4%) e entre R$ 200 e R$ 499 (11,7%).

Ao questionar os consumidores cariocas sobre o tipo de produto que mais compram com frequência nos supermercados, o estudo mostrou que os destaques ficaram com os itens diversos: como legumes, frutas, cestas básicas e laticínios (47,4%), seguido pela alimentação básica: feijão, arroz, pão, carne, entre outros (43,8%).

A pesquisa mostrou que os cariocas não têm um dia da semana preferido para realizar suas compras. Cerca de 54% dos consultados disseram não ter um dia certo para ir ao supermercado. Já com relação aos horários, a preferência pelo período da manhã é a escolha de 24,9%, a parte da tarde é a preferência para outros 18,3% e o período da noite é a opção para 17,8%. Outros 38,9% dos pesquisados disseram não ter preferência de horário.

Os aplicativos ou cartões de fidelidade que oferecem descontos são utilizados por 85,6% dos consumidores cariocas. Os aplicativos são usados por 49,5% e 36,2% preferem utilizar os cartões de fidelidades.

Quando perguntados o que os fariam optar por um supermercado específico, 29,6% dos pesquisados indicaram o preço, seguido pela qualidade dos produtos e pela proximidade de suas residências, ambas com 20,8%.

Para Fábio Queiróz, o levantamento mostra que os clientes cariocas estão bem atendidos pelos supermercados.

“Nossa pesquisa mostrou que 57,2% dos consumidores estão satisfeitos ou muito satisfeitos com os produtos e serviços oferecidos pelos supermercados. Além disso, o estudo comprovou a importância dos aplicativos e cartões de fidelidades, importantes para oito em cada dez clientes cariocas”, finaliza o executivo.

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