Custo de vida na Grande SP subiu quase 5% em 2024

Estado registrou a maior alta na demanda de consumidores por crédito em novembro; no cenário nacional, crescimento foi de 1,6% no período

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Varejo na Rua 25 de março (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)
Varejo na Rua 25 de março (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)

Os avanços seguidos nos custos com saúde, cuidados pessoais e transportes, além das tarifas dentro da bandeira vermelha na conta de luz pressionaram o aumento do custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo neste ano. É o que revela o Índice de Custo de Vida por Classe Social, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), que encerrará 2024 em alta de 4,9%, superando os 3,83% registrados no final de 2023.

Somente em novembro, a inflação foi de 0,51%, impulsionada pelos preços de carnes (o acém, por exemplo ficou 9,1% mais caro) e pelas passagens aéreas (24,4%). Isso mesmo levando em conta que a energia elétrica caiu 7,2% no consumo residencial.

De janeiro a novembro, houve uma alta acumulada de 4,24% no custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo. Considerando o cenário dos últimos doze meses, a taxa é de 4,75%. No ano passado, o Custo de Vida por Classe Social acumulava 3,33% entre janeiro e novembro e 3,85% no período compreendido entre dezembro de 2022 e novembro de 2023.

Toda essa inflação foi mais sentida pelas classes de renda mais baixa, que sentem o peso dos preços dos alimentos e dos transportes com mais força em seus orçamentos.

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Em novembro, por exemplo, o custo de vida subiu 0,73% para a classe E e 0,31% para a classe A. No acumulado do ano, as classes E e D enfrentaram altas de 4,86% e 4,88%, respectivamente. Isso se explica porque o grupo de alimentos e bebidas acumulou variação de 6,23% nos últimos 12 meses, seguido por transportes e saúde e cuidados pessoais (4,71% e 4,15%, respectivamente).

A classe E, de menor renda, foi a mais impactada, com elevação de 4,86% no custo de vida, enquanto a classe A registrou alta de 4,57%.

O Índice de Preços do Varejo (IPV), que calcula a inflação no comércio, subiu 0,76% em novembro. No ano, a alta acumulada foi de 4,31%, também impactado pelo grupo de Alimentação e Bebidas (2,50%). Em 2024, esse grupo já ficou 7,21% mais caro sendo que, no ano passado, esse indicador acumulou elevação de 1,18% entre janeiro e novembro. Já o Índice de Preços de Serviços (IPS) cresceu 0,25% em novembro, com uma subida de 4,18% em 2024. No ano passado, esse indicador estava em 5,65% entre janeiro e novembro. Dentre os grupos do IPS, apenas o de habitação (-1,67%) e de educação (-0,01%) encerram novembro com decréscimo. O grupo de transportes cresceu 3,37% e despesas pessoais 0,84% pressionando a alta. Nas análises por estrato de rendimento, as classes com mais poder aquisitivo percebem o aumento dos preços de serviços em relação as classes mais baixas de modo significativo.

Já segundo dados do Indicador de Demanda dos Consumidores por Crédito da Serasa Experian, em novembro, no Sudeste do país, duas das quatro unidades federativas: o destaque ficou com São Paulo, que registrou o maior crescimento, de 2,6%.

Na visão nacional, a busca dos brasileiros por recursos financeiros marcou alta de 1,6% em comparação com o mesmo período de 2023, conforme o indicador.

“O recebimento do 13º salário incentiva o consumo e a tomada de crédito, especialmente para cobrir gastos sazonais ou antecipar receitas. Além disso, nesse período do ano muitos consumidores buscam crédito para renegociar dívidas, aproveitando quando há condições mais favoráveis para reorganizar suas finanças”, analisa a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack.

Ainda segundo o indicador, a tendência de alta foi identificada em 18 UFs, com destaque para o Amapá, que teve o maior aumento (26,8%). Rondônia veio logo em seguida, com 21,0%, e, em terceiro, o Amazonas, que apresentou crescimento de 10,7%. O Distrito Federal registrou a maior queda no período, de 8,1%.

Assim como em outubro, o mês de novembro também apresentou crescimento em todas as faixas de renda, sendo a maior registrada pelos consumidores que de R$ 500 a R$ 1 mil (2,0%). O menor índice ocorreu entre aqueles que recebem até R$ 500 (0,6%).

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