Custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo subiu quase 5% em 2024

Segundo a Fecomércio-SP, alta foi maior para os mais pobres; relatório da Tendências diz que recomposição da classe média reflete-se em consumo no país

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Varejo na Rua 25 de março (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)
Varejo na Rua 25 de março (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)

O custo de vida das famílias mais pobres da Região Metropolitana de São Paulo subiu acima da média geral em 2024, segundo dados da pesquisa Custo de Vida por Classe Social, elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP).

Considerando todos os estratos sociais em conjunto, a alta foi de 4,97% na região – taxa que foi de 5,14% para a classe E, idêntica à da classe D. Já entre os mais abastados, a variação foi de 4,7% (classe A) e 4,87% (classe B). Na análise da federação, isso se explica, sobretudo, pela alta expressiva do grupo de alimentos e bebidas (7,42%) no acumulado do ano, cujos itens pesam mais no orçamento das famílias mais vulneráveis. Pelos dados da entidade, a categoria compromete cerca de 30% dos rendimentos da classe E.

Ainda segundo o estudo, os preços do grupo de transportes também subiram substancialmente ao longo do ano passado, fechando o ano com elevação de 4,91%. Da mesma forma, é um tipo de despesa que afeta mais as classes baixas, que gastam recursos com combustível e com o sistema público, como ônibus e trens, principalmente.

Em dezembro, a alta no custo dos transportes para a classe E foi três vezes maior do que para a classe A: 1,16% contra 0,40%. Isso se explica pelos reajustes nos preços do etanol e nos bilhetes do sistema coletivo, que pesam no bolso dos mais pobres. É assim, então, que, para a classe E, a variação do grupo de alimentos e bebidas foi de 8,24% no acumulado de 2024, enquanto para a classe A foi de 7,26%. No caso dos transportes, a alta foi de 5,53% para a E e de 4,12% para a A.

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Diante desse cenário, as perspectivas da Fecomércio-SP para 2025 não são tão animadoras: com carnes, leite e derivados em alta, sem contar as frutas, a expectativa é de que o custo de vida siga em alta. É um momento de alerta para o consumo em geral, mesmo considerando a conjuntura de desemprego baixo (6% no fim do ano passado), porque a inflação de produtos e serviços tendem a diminuir o ímpeto das famílias de consumir.

Já de acordo com o Meio e Mensagem, após uma década, o total de domicílios brasileiros com renda mensal superior a R$ 3,4 mil – os representantes das classes A, B e C – voltou a ser maioria, com 50,1%, segundo relatório da consultoria Tendências. A alteração elevou em 7% a massa de renda total do país.

“O aumento na fatia que compõe a classe C – com renda mensal domiciliar entre R$ 3,5 mil e R$ 8 mil – foi ainda maior, chegando a 9,5%. Para a classe B, que tem renda entre R$ 8 mil e R$ 25 mil, o crescimento ficou em 8,7%. Entre os fatores que levaram à melhora são apontados a recuperação econômica pós-pandemia de Covid-19, queda no desemprego, reajustes salariais acima da inflação e programas de transferência de renda.”

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