Cyrela espera cenário duro para 2017

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A construtora e incorporadora Cyrela vê um cenário ainda desafiador para 2017, devendo manter os lançamentos em níveis similares aos de 2016 enquanto se concentra em reduzir os estoques de imóveis, disseram executivos da incorporadora em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre.
“Nosso cenário para 2017 é de que as coisas serão duras, podendo ser um segundo semestre melhor que o primeiro”, disse o co-presidente da Cyrela, Raphael Horn.
Segundo ele, os distratos, que no ano passado atingiram um recorde histórico, só devem apresentar melhora a partir de 2018. “Mágicas não são esperadas do lado do distratos porque a dinâmica econômica não é suficiente para uma guinada”, afirmou.
Em teleconferência com analistas e investidores, Horn ressaltou que a Cyrela espera que as reformas da economia sejam aprovadas pelo governo “de forma contundente” e destacou a importância da redução da taxa de juros para a recuperação do setor de incorporação.
O copresidente afirmou que a saída da crise é lenta, mas que espera melhora da situação no fim do segundo semestre. “O ânimo está melhor, mas a realidade do setor não melhorou muito”, disse.
Ele afirmou que a incorporadora tem conseguido vender estoques prontos, mas que as entregas têm se concentrado em regiões em que há volume expressivo de distratos. O problema com estoque pronto tende a ser mais difícil no Rio de Janeiro neste ano, afirmou.

Tamanho

De acordo com o empresário, a Cyrela tem como estratégia diminuir seu tamanho e transformar o estoque em caixa. “Vemos com bons olhos enxugar a empresa um pouco e melhorar a rentabilidade”, afirmou. Ele ressaltou que gerar caixa possibilita reduzir a dívida, pagar dividendos e comprar terrenos. A companhia vai manter participações em joint ventures com foco nos públicos de média e alta renda, desde que sejam “compactas, enxutas e rentáveis”, disse Horn.

Lucro

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A Cyrela teve queda de 68% no lucro líquido do quarto trimestre do ano passado sobre o mesmo período de 2015, para R$ 31 milhões, em um resultado que trouxe queda de receita e reduções de preço do metro quadrado.
A Cyrela elevou os lançamentos do quarto trimestre para 15 ante 7 no mesmo período de 2015. O preço médio do metro quadrado, excluindo loteamentos, despencou 71,7%, para R$ 2,552 bilhões.
Já as vendas totais contratadas subiram 29,2% no período, a R$ 1,09 bilhão, mas o preço médio por metro quadrado neste caso recuou 3%, a R$ 5,764 bilhões. A receita líquida do quarto trimestre caiu 10,8% sobre um ano antes, para R$ 919 milhões, e a geração de caixa ficou positiva em R$ 156 milhões ante R$ 28 milhões negativos no mesmo período de 2015.
A empresa terminou 2016 com queda de 7,8% no estoque de terrenos.
Segundo o Credit Suisse, a Cyrela entregou um trimestre dentro do esperado em que a empresa conseguiu mostrar um fluxo de caixa livre recorrente positivo de R$ 120 milhões, depois de quatro trimestres de FCF negativo. Do lado negativo, o nível de margem bruta ficou abaixo da expectativa e as provisões um pouco acima do esperado.

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